França: Curdos protestam após assassinatos em Paris

  • Reuters

Membros da comunidade curda, Place de la Republique, Paris

Representantes da comunidade curda da França reuniram, no centro de Paris, neste sábado (24) para uma manifestação para exigir respostas sobre o assassinato de três curdos que, segundo eles, expôs a vulnerabilidade da comunidade.

Um atirador executou os assassinatos num centro cultural curdo e um café próximo na sexta-feira (23), numa zona movimentada do 10º distrito de Paris.

A polícia prendeu um homem de 69 anos, que as autoridades disseram ter sido recentemente libertado da prisão e aguardava julgamento por um ataque num acampamento de imigrantes, em Paris, há um ano.

Após uma multidão enfurecida entrarem confronto com a polícia na tarde de sexta-feira, o conselho democrático curdo na França (CDK-F) convocou, no seu site e redes sociais, uma reunião ao meio-dia, de sábado, na Praça da República, um local tradicional para manifestações na cidade.

Várias centenas de pessoas se reuniram na praça, muitas delas segurando bandeiras.

A procuradora de Paris, Laure Beccuau, disse na sexta-feira que possíveis motivos racistas fariam parte da investigação, mas representantes curdos disseram que deveria ser considerado um ataque terrorista.

"Sabemos que estamos sob ameaça, curdos em geral, activistas e militantes curdos. A França nos deve protecção", disse Berivan Firat, porta-voz do CDK-F à BFM TV.

Os assassinatos de sexta-feira causaram consternação particular na comunidade curda, que se preparava para comemorar o 10º aniversário da morte de três mulheres curdas, em Paris.

"A comunidade curda está com medo. Ela já estava traumatizada pelo triplo assassinato (em 2013). Ela precisa de respostas, apoio e consideração", disse David Andic, advogado que representa o CDK-F, a repórteres na sexta-feira.

O chefe da polícia de Paris deveria se encontrar com membros da comunidade curda no sábado de manhã, antes do protesto da tarde.