A duas semanas das eleições presidenciais na França, observadores políticos começam a questionar a base do futuro Chefe de Estado.
Enquanto Marine Le Pen tem uma base partidária, a Frente Nacional, embora sem muita expressão, Emmanuel Macron, vencedor da primeira volta de domingo, 23, lidera um movimento que, por agora, desconhece-se se poderá ser transformado em partido político.
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As sondagens apontam para uma vitória de Emmanuel Macron na segunda volta do dia 7 de Maio, mas a ameaça da extrema-direita ainda é real em virtude de a extrema-esquerda poder optar pela abstenção, depois de o seu candidato Jean-Luc Mélenchon ter conseguido cerca de 19 por cento dos votos.
Por decidir está o apoio do candidato da direita François Fillon, também com cerca de 19 por cento dos votos.
Entretanto, duas pesquisas de opinião divulgadas hoje, Opinionway e Ifop-Fiducial, apontam para uma vitória de Macron em torno dos 60 por cento.
O resultado de ontem é, para muitos, uma negação aos partidos tradicionais, como o republicano, da direita, e o socialista.
O jornalista e analista Rui Neumann radicado em Paris lembra que, “por um lado, existe o partido da extrema-direita, Frente Nacional, que se afirma como anti-sistema e que Emmanuel Macron tem um movimento, En Marche!, que nem é um partido, e que é muito difícil politicamente catalogar Macron”, admitindo estar-se numa nova fase da política francesa,
Os observadores olham já para as eleições legislativas de Junho porque delas dependem a base de Emannuel Macron.
A base de Macron
Caso vencer a segunda volta, o centrista tem 100 dias para propor um Governo e durante esse período, explica Neuman, “ele pode transformar o seu movimento num partido político”.
Aquele analista também admite que Macron poderá fazer “uma recomposição com candidatos da direita e da esquerda, o que será sempre difícil”, segundo aquela analista.
No entanto, o vencedor da primeira volta já garantiu que fará um Governo com novos nomes e novas caras, dos diferente horizontes partidários.
Refira-se que a Bolsa de Paris disparou nos primeiros minutos desta segunda, com alta de 4,1 por cento.
As demais praças europeias também operaram com resultado positivo, numa demonstração de apoio dos mercados a um candidato que é um fervoroso europeísta.
As Bolsas asiáticas também fecharam em alta e a cotação do euro registou uma valorização.