François Hollande visita Mali e diz que intervenção francesa vai continuar

O presidente francês foi recebido como um herói na cidade nortenha de Timbuktu recentemente libertada dos militantes islamitas.
No último mês a França enviou aviões e cerca de 3 mil e 500 soldados para o Mali para ajudar o governo de Bamako a expulsar os militantes islamitas ligados à al Kaida que ocuparam o norte do país.

Visitando o Mali no fim-de-semana, o presidente francês, François Hollande, afirmou que as forças francesas não abandonarão o Mali enquanto a situação não estiver estabilizada e que as forças regionais estejam preparadas para lutar ao lado do exército maliano.

O presidente francês foi recebido como um herói no sábado na cidade nortenha de Timbuktu recentemente libertada dos militantes islamitas.

A visita de Hollande assinalou o termo daquilo que entidades oficiais consideraram como uma primeira fase, coroada de sucesso, da intervenção francesa no Mali: “ Os grupos terroristas estão enfraquecidos. Sofreram pesadas baixas mas não desapareceram. Portanto temos que continuar a persegui-los. A França permanecerá ao lado do Mali o tempo que for necessário, ou seja até que os africanos estejam prontos a substitui-nos. Mas até estaremos do seu lado até ao fim, até ao norte do Mali.”

Soldados do Chade e do Níger estão a ajudar as forças malianas e francesas a manterem a segurança nas zonas reconquistadas do norte, uma vasta zona do deserto do Saará.

Cerca de 8 mil soldados africanos estão a deslocar-se para o Mali, mas só deverão estar operacionais no final de Fevereiro. Analistas afirmam que essa força regional poderá então ser envolvida numa guerra de guerrilha para a qual nem ela nem o exército maliano estão preparados.

Mesmo as forças francesas tiveram que recorrer aos seus aliados para transportarem as suas tropas e os respectivos abastecimentos para o Mali, um país sem acesso ao mar.

Trata-se também de um país com vastas extensões de território e neste momento as colunas de abastecimento francesas demoram cinco dias a percorrer os mil e 200 Km que separam Bamako da recém-libertada cidade nortenha de Gao.

Este tipo de dificuldades logísticas com que as forças francesas se deparam deverão certamente multiplicar-se quando as forças africanas com menos preparação e equipamento começarem a actuar no terreno.

Muitos analistas no Mali afirmam que uma saída prematura das forças francesas do país poderia constituir um autêntico desastre.