Forças Armadas assumem segurança no Rio de Janeiro

  • Patrick Vaz

Michel Temer

Decisão do Presidente Michel Temer vai ao Congresso antes de entrar em vigor

Após uma reunião de emergência durante a madrugada desta sexta-feira, 16, com ministros e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, o Presidente brasileiro Michel Temer decidiu decretar uma intervenção militar temporária na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro.

Com essa medida, as Forças Armadas brasileiras assumem a responsabilidade do comando de todas as actividades de segurança na área.

Nos próximos dias, o Congresso Nacional será convocado para apreciar o decreto, como prevê a Constituição.

O encontro no Palácio do Planalto ocorre após sucessivos casos violentos no Estado.

Desde as primeiras horas deste ano, a população no Rio de Janeiro tem sofrido com recorrentes casos de assaltos nas ruas, assassinatos de inocentes e policias em confrontos com traficantes.

Crime no comando

As acções dos criminosos repercutem por todos os lados, mas não apenas a população fluminense tem sofrido com a escalada da violência.

Forças Armadas vão às ruas

Vários turistas também foram vítimas durante o carnaval, período em que três polícias foram assassinados por traficantes.

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, admitiu que houve falha no planeamento de segurança.

Temer justifica

"O crime organizado quase tomou conta do Estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo. Por isso acabamos de decretar neste momento a intervenção federal da área da segurança pública do Rio de Janeiro", disse o Presidente após assinar o decreto.

O Presidente afirmou que o momento pede uma medida "extrema" e ressaltou que o Governo dará as respostas "firmes" para derrotar o crime organizado.

Michel Temer esclareceu que a intervenção federal tem o objectivo de "restabelecer a ordem".

"Não podemos aceitar passivamente a morte de inocentes, e é intolerável que estejamos enterrando pais e mães de família, trabalhadores, policias, jovens e crianças, e vendo bairros inteiros sitiados, escolas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas em trincheiras", disse Temer. Por isso, chega, basta. Nós não vamos aceitar que matem nosso presente nem continuem a assassinar o nosso futuro", concluiu.

O Presidente brasileiro apresentará uma mensagem à nação às 20 horas e 30 minutos de hoje.