A fome alastrou no Sudão devastado pela guerra e prevê-se que continue a alastrar, segundo uma avaliação apoiada pela ONU, apresentada na terça-feira, 24, com os campos de refugiados e as comunidades deslocadas a serem particularmente afectados.
O sistema de Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC), utilizado pelas agências da ONU, determinou que a fome já se tinha propagado a dois campos de deslocados no oeste do país e a partes do sul.
O Sudão foi dilacerado por 20 meses de combates entre o exército sudanês e as forças paramilitares de apoio rápido (RSF), lideradas por generais rivais, o que conduziu a uma terrível crise humanitária.
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A guerra, que começou em abril de 2023, matou dezenas de milhares de pessoas e desenraizou 12 milhões de sudaneses, criando aquilo a que as Nações Unidas chamaram de a maior crise de deslocados do mundo.
No seu último relatório, publicado na terça-feira, o IPC afirmou que 638.000 pessoas enfrentam atualmente níveis catastróficos de fome, com mais 8,1 milhões à beira da inanição.
O IPC determinou que a fome grassava em três campos no Darfur do Norte, incluíndo Zamzam, onde a fome foi oficialmente declarada em agosto, e entre os habitantes e as comunidades deslocadas dos Montes Nuba, na região do Cordofão do Sul.
Entre dezembro e maio, o IPC declarou que 24,6 milhões de pessoas, cerca de metade da população do Sudão, deveriam enfrentar “níveis elevados de insegurança alimentar aguda”.