2015 foi um ano de fome em grande parte do continente africano.
No Leste e na África Austral as flutuações climáticas causaram sérias crises alimentares.
Conflitos no Sudão do Sul e na República Centro-Africana tiveram o mesmo efeito, assim como a pobreza e a explosão populacional no Sahel.
A fome atingiu duramente a África este ano, com as alterações climáticas, conflito e pobreza a devastarem vários países e a prejudicar milhões de pessoas.
Países tão diversos como o Sudão do Sul, Malawi e República Centro-Africana causaram alarme nos últimos meses.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) diz que a África Subsaariana tem o índice de fome mais elevado do mundo, com uma em cada quatro pessoas a sofrer de subnutrição.
Todos os dias em África 23 milhões de crianças vão para a escola sem comer.
O director da agência David Orr diz que na região Sul da África o clima fez de 2015 um ano especialmente difícil: “O que faz as coisas diferentes este ano é a combinação da seca seguida de um ano de el Nino. As pessoas da região foram atingidas por dois anos consecutivos de baixa pluviosidade, o que é especialmente difícil numa região com 70 por cento de agricultores de subsistência”.
Os Governos africanos admitem que a crise de fome espelha igualmente os seus falhanços.
No início do ano, o ministro das Finanças do Malawi descreveu a situação de fome no país como um escândalo: "Temos que redobrar os nossos esforços de modo a podermos ter resultados excelentes”.
Na Etiópia, o Governo reservou o montante recorde de 192 milhões de dólares depois de previsões de que 10 milhões de pessoas vão passar fome em 2016 por causa da seca.
No Sudão do Sul os problemas são mais intrincados.
Dois anos de conflito brutal fizeram com que centenas de milhares de pessoas ficassem sem comida.
O director do PAM diz que as agências de auxilio têm limitações: “Nós e outras agências estamos lá para apoiar os governos. E é cada vez mais isso que fazemos. Não apenas levando a cabo programas de auxilio e assistência alimentar, mas também dando apoio técnico e capacidade institucional de modo a que esses governos tenham a capacidade de resolverem eles próprios os problemas”, lembrou.
Em última análise, afirma, as soluções não podem vir do estrangeiro.
Para combater a fome em 2016 os governos africanos terão que assumir a liderança.