FMI vai reiniciar linha de crédito a Moçambique

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Negociações em 2022 poem fim à suspensão do apoio ao país devido às dívidas ocultas

O Fundo Monetário Internacional (FMI), vai iniciar negociações no próximo mês sobre uma linha de crédito a Moçambique, a primeira vez que tal acontece desde que a organização suspendeu o apoio em 2016 devido ao escândalo das dívidas ocultas.

Desde então, o FMI tem fornecido apenas ajuda pontual dirigida a problemas concretos, como ajuda para minimizar efeitos de desastres naturais.

Uma declaração do FMI diz que a linha de crédito a ser negociada terá como objectivo aliviar as pressões financeiras a que o país faz face, apoiar programas de redução de pobreza e financiamento de projectos de desenvolvimento.

Não foi revelada a quantia em discussão.

O anúncio das negociações foi feita numa declaração de uma missão do FMI que recentemente visitou Moçambique e que concluiu que o crescimento económico do pais deverá alcançar os 4 por cento “a longo prazo”, sem ter em conta os projectos de gás no norte do país.

“O crescimento global vai aumentar grandemente quando os projectos LNG (Liquefação de Gás Natural) iniciarem a produção, o que actualmente se espera venha a ocorrer em 2023 e 2026”, lê-se na nota, indicando, no entanto que “é necessária uma acção política decisiva para a dívida se manter numa via sustentável, reduzir vulnerabilidades e libertar recursos para gastos prioritários”.

O comunicado acrescenta que “recursos orçamentais adicionais podem ser angariados através de reformas da política de impostos – particularmente as isenções do IVA - com cuidado para se minimizar o impacto nos mais vulneráveis e rendimentos de administração”.

No que diz respeito aos futuros rendimentos dos projectos de gás, o FMI afirma que poderão ser usados na saúde, educação e “protecção social”, mas avisou que “é necessário um consenso alargado para se decidir nas prioridades”.