FMI confirma pedido de apoio do Governo angolano

Luanda aceita assumir compromissos de maior transparência e diversificação da economia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta quarta-feira ter recebido "um pedido formal das autoridades angolanas para que sejam iniciadas discussões sobre um programa económico que possa ser apoiado pela assistência financeira”.

Antes, o Ministério angolano das Finanças afirmou ter feito o pedido com “o objectivo de desenhar políticas macroeconómicas e reformas que restaurem o crescimento económico forte e sustentável, fortalecer a moldura institucional que suporta as políticas económicas, lidar com as necessidades da balança de pagamento, e manter um nível adequado de reservas internacionais”.

Em comunicado assinado pelo sub-director geral do FMI, Min Zhu, o Fundo garante estar “pronto para auxiliar Angola a abordar os desafios económicos que o país enfrenta, através do apoio a um pacote completo de políticas para acelerar a diversificação da economia, salvaguardando, em simultâneo, a estabilidade macroeconómica e financeira".

"A descida acentuada dos preços do petróleo desde meados de 2014 representa um grande desafio para os exportadores de petróleo, sobretudo aqueles cujas economias ainda precisam de se tornar mais diversificadas", diz Min Zhu.

Em Luanda, um comunicado do Ministério das Finanças intitulado "Angola está empenhada na diversificação económica” confirma o pedido, sem, no entanto, referir-se ao tipo e ao valor da assistência financeira.

O Executivo angolano defende um conjunto de compromissos políticos que passam pelo aumento da transparência das contas públicas, maior diversificação económica e pela promessa de um reforço da aposta nas áreas da agricultura, pescas, minas, educação, serviços financeiros, água, serviços básicos e saúde.

“O Governo está consciente da forte dependência que o sector petrolífero representa para a vulnerabilidade das finanças públicas e para a economia, mais globalmente", afirma o comunicado que considera a diversificação da economia “uma ferramenta importante na melhoria do emprego em todo o país, particularmente nas áreas rurais".

As negociações entre Angola e o FMI devem começar já em Abril nas chamadas Reuniões de Primavera da organização que acontecem no final da próxima semana em Washington.