FMI "extremamente satisfeito" com reformas do Governo angolano

Reformas têm que ser acompanhadas de programas para proteger mais pobres de "efeitos adversos"

O Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou-se nesta sexta-feira, 12, extremamente satisfeito com as reformas económicas levadas a cabo pelo governo angolano, mas avisou que há que adoptar medidas de protecção social à população s mais pobre.

Falando numa conferência de imprensa em Washignton, o director para África do FMI Abebe Aemro Selassie fez notar que Angola faz parte de um grupo de países da África subsaariana com “economias dependentes de recursos” que têm um crescimento abaixo da média na região.

Neste grupo de países nota-se um “fracos investimentos privados” e há que resolver as questões que impedem esse investimento, disse Selassie.

Há também “a necessidade de reformas para garantir diversificação económica e resolver desequilíbrios económicos”.

Selassie disse que o programa de reformas do governo angolano “começou muito bem” e as autoridades angolanas “estão a fazer grandes avanços em resolver desequilíbrios macro económicos”.

“Estamos muitos impressionados com a profundidade e dimensão das reformas”, disse o director para África do FMI.

“Pensamos que uma coisa que tem que ser melhorada e fortalecida é a introdução de programas de protecção social para assegurar que os ajustamentos serão razoavelmente progressivos e evitem efeitos adversos particularmente sobre os pobres”, afirmou

“Esperamos também ver completar as reformas necessárias para facilitar a concorrência de mercados de Angola que têm tendido a ser fechados”, disse afirmando que o FMI vai trabalhar com o governo de Angola “nos próximos meses" para “este tipo de reformas estruturais muito importantes para causar o crescimento”.

Abebe Aero Selassie fez notar que inicialmente os primeiros “ajustamentos” do governo angolano tinham estado centrados na “compressão de gastos”e não em meios de reformas politico-económicas.

O programa de reforma apoiado pelo FMI visa “colocar um ajustamento fiscal mais ordenado e também facilitar as reformas monetárias e cambiais e também reformas estruturais”.

“Estamos satisfeitos com o que foi alcançado até agora e encorajados e esperamos que isso continue nos próximos meses”, acrescentou