Uma economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou Angola por ter conseguido acabar com os subsídios de combustíveis, algo que a organização considera de funesto para as economias.
Delphine Prady fez esta declaração nesta quinta-feira, 20, num encontro aberto à margem das reuniões de primavera dessa organização e do Banco Mundial
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Delphine Prady fez esta declaração nesta quinta-feira, 20, num encontro aberto à margem das reuniões de primavera dessa organização e do Banco Mundial
Ao intervir num debate subordinado ao tema “Por que é que a reforma dos subsídios de energia é importante – um retrato de Angola”, a economista do Departamento de Assuntos fiscais do FMI Delphine Prady começou por historiar as razões que levam a organização a considerar os subsídios de prejudicais do ponto de vista social, económico e político.
Prady fez notar que os subsídios de combustíveis em países como Angola beneficiam essencialmente, e ao contrário do que se possa pensar, as classes mais abastadas e prejudicam programas sociais e de desenvolvimento
"Subsídios nos combustíveis são fundos que podem ser usados em infra-estruturas ou programas que beneficiem os mais pobres ou mesmo os transportes", disse a economista que fez notar ser difícil introduzir reformas por diversas razões, incluindo a falta de vontade politica
“É no entanto possível reformar subsídios de energia e Angola fez isso”, revelou Prady, afirmou que em 2014 Luanda necessitava de recursos fiscais para investir em infra-estruturas.
O Governo angolano, disse ela, "decidiu reformar os subsídios de energia para usar esses recursos em infra-estruturas necessárias e conducentes ao crescimento".
Delphine Prady afirmou que o fim dos subsídios não foi alcançado apenas pelo aumento dos preços dos combustíveis.
O Executivo angolano “preparou e desenhou uma reforma que poderia pagar e escolheu combustíveis específicos que eram na maioria consumidos pelos ricos e depois aumentou o preço gradualmente”.
“Hoje em Angola os preços da gasolina e diesel já não têm subsídios”, revelou a economista que fez notar que Angola “acompanhou a reforma com uma campanha bem estruturada e de grande alcance”.
Prady afirmou ainda que um dos desafios a que Angola e outros países em situação idêntica fazem face é resistir à tentação de “voltar atrás com as reformas”.
Prady defendeu que o envolvimento do FMI neste programa de Angola se fez ao abrigo de uma missão de ajuda técnica, mas notou que foi o Governo de Luanda a manifestar interesse em avançar com o programa.
A ajuda do FMI tinha sido dada em termos de “conselhos” sobre o ritmo do fim dos subsídios e fornecimento de dados acerca dos benefícios dos subsídios, de acordo com os grupos de rendimento.
Entretanto, o Banco Mundial revelou ontem que a economia angolana deverá crescer apenas 1,2 por cento este ano, abaixo da média da África Subsaariana que deverá ser de 2,6 por cento
O ministro das finanças de Angola, Archer Mangueira que se encontra em Washington avistou-se já com o vice-presidente do Banco Mundial para África e o director do Departamento África do FMI.
Desconhecem-se pormenores dos encontros