O Presidente de Moçambique admitiu que o seu Governo tem recebido ofertas de muitos países que querem ajudar o país na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, mas advertiu que quer evitar uma “salada de intervenções” no território.
No seu informe anual sobre o Estado da Nação na Assembleia da República nesta quarta-feira, 16, Nyusi apresentou detalhes e perspectivas sobre a situação em Cabo Delgado e da instabilidade nas províncias de Manica e Sofala.
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Ele indicou que “as primeiras movimentações dos insurgentes datam de 2012 e já vinham sendo monitoradas pelas autoridades”, tendo, no discurso, apresentado nomes de alguns líderes terroristas, inclusive mortos em combate, com destaque para cidadãos tanzanianos que recrutam cidadãos moçambicanos nas províncias da Zambézia, Nampula e Niassa, para além de Cabo Delgado.
Quanto às ofertas de países “europeus, asiáticos, da América, africanos e da SADC”, o Presidente reconheceu que o Executivo está com cautelas antes de tomar uma decisão “para não criar uma salada de intervenções no país".
Por outro lado, ele falou da situação no centro do país e anunciou o fim de contemplações para com a autoproclamada Junta Militar da Renamo.
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“Nada nos resta agora [alternativa], outra opção não temos senão desencadear operações rigorosas contra o inimigo e é o que está a acontecer neste momento”, Filipe Nyusi, dois meses depois de anunciar tréguas e apelar ao diálogo.
“Depois de muito termos apelado ao diálogo, este grupo continua a atacar pessoas, viaturas e infraestruturas”, justificou.
No discurso que durou pouco mais de três horas, Nyusi abordou também as principais realizações do Governo em diferentes áreas e realçou que “podemos ficar orgulhosos” com o que “realizámos em todos os sectores”.
Para o Chefe do Estado, “o ano 2020 foi atípico” ainda assim, concluiu que "o Estado da Nação é de resposta inovadora e de renovada esperança”.