O Presidente moçambicano confirmou a realização de uma reunião da troika dos Chefes de Estado da Comunudade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre a situação em Cabo Delgado na próxima semana, sem no entanto revelar o dia.
Na abertura de uma reunião do Comité Central da Frelimo, partido no poder, neste sábado, 22, na Matola, arredores de Maputo, Filipe Nyusi voltou a afirmar o que disse em Paris na segunda-feira, “ninguém se deve considerar imune ou capaz de combater o terrorismo sozinho”.
“Contrariamente àqueles que dizem que nós não estamos a aceitar a ajuda, anuncio a realização, na próxima semana, da cimeira da SADC, cujo ponto único será o combate ao terrorismo”, afirmou o Presidente moçambicano, quem sublinhou que "precisamos e queremos apoios, mas não queremos nos apartar da situação”.
Ao abordar a situação no centro do país, onde a autoproclamada Junta Militar da Renamo tem realizado ataques esporádicos, Nyusi voltou a acusar o grupo de Mariano Nhongo de desestabilizar o país e apelou à integração dos seus homens ao processo de desmobilização.
"Reiteramos o nosso apelo aos compatriotas que insistem na violência armada como modo de vida a abandonar esses actos e à liderança da Renamo a continuar a persuadir os seus membros a aderir ao Desarmamento, Desmobilização e Reintegração [DDR] sem manobras nem pré-condições", afirmou.
No campo económico, o Presidente reconheceu que o país foi bastante afectado pela crise sanitária provocada pela Covid-19, mas destacou o avanço de projectos como a construção de estradas, de barragens, entre outras infra-estruturas.
Na reunião de hoje e amanhã, os 191 membros presentes na reunião do Comité Central analisarão osrelatórios de órgãos internos sobre eleições de 2018 e 2019, o plano e orçamento do partido e informações sobre o Plano Quinquenal do Governo e o Plano Económico e Social de 2021.
Recorde-se que a troika da SADC vai analisar a proposta de um comité de peritos da organização que propos o envio de uma força militar da organização com cerca de três mil homens e equipamento de combate.
Observadores têm alertado que o Presidente Nyusi está relutante em aceitar a presença de uma força regional, preferindo negociar apoios de países, a nível individual, e empresas.