Em Moçambique prevalece a tendência dos filhos dos líderes Frelimo abraçarem a militância partidária e ocupar cargos nos órgãos do partido.
Com excepção de Armando Guebuza, o recém terminado Congresso elegeu para o Comité Central, o maior órgão do partido, os filhos de Eduardo Mondlane, Samora Machel, Filipe Nyusi e outros combatentes, uma situação que divide opiniões.
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Enquanto uns consideram que filhos de líderes partem sempre em vantagem na corrida, outros entendem que até é vantajoso tê-los nos quadros do partido.
Jacinto Filipe Nyusi, Samora Machel Jr, Nyelete Mondlane e Nnaite Chissano são alguns rostos que seguem o caminho de progenitores para dar continuidade à dinastias das respectivas famílias dentro do partido no poder.
Veja Também Frelimo: Terminou o congresso que abordou o partido e não o paísJacinto Nyusi segue, de forma discreta as peugadas do pai, o actual presidente do partido, e destaca a confiança depositada pelo militantes, para colocá-lo no Comité Central, o maior órgão decisório.
"Nós jovens somos o futuro deste país e temos que beber dos nossos pais e os fundadores do partido, para podermos pegar o país, no dia que nos for dado" disse o filho do actual líder do partido, após a confirmação da sua eleição.
Concorrência desleal
A entrada de filhos dos líderes do partido, para órgãos cujo acesso é por eleição é questionada nalguns círculos, que consideram haver uma concorrência desleal.
Para essas correntes, os filhos do líder ou de figuras históricas do partido partem sempre em vantagem comparativamente aos outros militantes, mesmo que em termos de qualificações não tenham muito.
O analista Gabriel Ngomane desvaloriza essas opiniões e considera haver vantagens em ter filhos de antigos dirigentes a na política.
"Se um filho se interessa pela política poderá haver passagem de experiência e, por outro lado, estes acabam carregando a causa nacional", disse Ngomane.
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