Felix Tshisekedi foi reeleito Presidente da República Democrática do Congo (RDC) ao conseguir 73 por cento dos votos expressos, de acordo com resultados provisórios anunciados neste domingo, 31, pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI).
O anúncio foi feito apesar da ameaça de protestos por parte dos 18 opositores que pediram a repetição do processo eleitoral por ter sido foi repleto de irregularidades.
Conhecido pelo nome de “Fatshi” – uma abreviatura do seu nome – Tshisekedi liderou a RDC durante a pandemia da Covid e da rebelião em curso do M23 no leste rico em minerais.
O sucesso do seu primeiro mandato é muitas vezes visto como misto: a economia cresceu, a inflação está a disparar e o elevado desemprego continua a ser a norma.
Durante a sua campanha de reeleição, Tshisekedi alardeou a eliminação das propinas no ensino primário e prometeu criar milhões de novos empregos.
Ele também acusou regularmente figuras da oposição de trabalharem para interesses estrangeiros.
Your browser doesn’t support HTML5
Opositores pedem por mais protestos
Antes do anúncio dos resultados provisórios hoje, um grupo de candidatos presidenciais da oposição pediu aos seus apoiantes que saiam às ruas para protestar após a divulgação dos resultados.
“Apelamos ao nosso povo para que saia em massa às ruas após a proclamação da fraude eleitoral”, dizem aqueles líderes num comunicado no qual alegam irregularidades generalizadas, que dizem ter permitido fraudes, nas eleições dos dias 20 e 21.
"Rejeitamos categoricamente as eleições falsas... e os seus resultados", afirmaram os principais candidatos da oposição numa declaração conjunta, na qual exigem a realização de novas eleições, em data a ser acordada por todos e com um novo órgão eleitoral.
Durante a semana, o Governo rejeitou os apelos para uma repetição das eleições.
Vários problemas logísticos, adiamento da votação em algumas assembleias de voto por um dia e uma contagem de votos sem muita transparência alimentaram os protestos que ameaçam desestabilizar ainda mais um paísque vive uma enorme crise de insegurança há anos.
Na quinta-feira, 28, a missão conjunta de monitorização eleitoral da poderosa Igreja Católica da RDC e de igrejas protestantes instou a CENI a divulgar apenas os resultados baseados em contagens corretamente consolidadas dos centros de votação locais e disse ter havido muitas irregularidades que poderão ter comprometido a verdade eleitoral em muitos locais.
C/AFP