A polícia federal de investigação dos Estados Unidos, FBI, deteve nesta quinta-feira, 13, um membro de 21 anos da Guarda Aérea Nacional, suspeito de ter divulgado documentos classificados de inteligência, com informações sobre a Ucrânia.
O procurador-geral da República confirmou que a polícia "fez uma detenção e continua a conduzir actividades policiais autorizadas numa residência em North Dighton, Massachusetts”.
Veja Também EUA: autoridades identificam responsável por fuga de informaçōes secretasMerrick Garland acrescentou que a detenção do militar aconteceu “em ligação à investigação a uma suposta remoção, retenção e transmissão não autorizada de informações classificadas de defesa nacional”.
A detenção, ainda segundo Garland, decorreu "sem incidentes".
A acusação
O procurador-Geral identificou o indivíduo como Jack Douglas Teixeira e terá uma audiência inicial no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Massachusetts ainda hoje.
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A imprensa americana escreve que, à luz das revelações de Merrick Garland, ele deverá ser acusado ao abrigo da Lei de Espionagem, que criminaliza a remoção, retenção e transmissão de documentos classificados que possam ser usados para prejudicar os EUA ou auxiliar um adversário estrangeiro.
Caso for condenado poderá passar décadas em prisão.
O grupo de conversas
Jack Teixeira era o líder do Thug Shaker Central, um grupo formado durante a pandemia e cujas conversas eram à volta de armas, memes racistas, religião, equipamento militar e jogos de vídeo.
O Thug Shaker Central era composto por 20 a 30 pessoas e usava a aplataforma Discord.
Em Belfast hoje, o Presidente americano disse não estar muito preocupado com a falha de segurança, que pode ser a fuga de informação de inteligência mais grave numa década.
"Está a decorrer uma investigação completa, como sabem, com a comunidade dos serviços secretos e o Departamento de Justiça, e eles estão a aproximar-se, mas eu não tenho uma resposta", disse Biden aos repórteres na primeira vez que comentou sobre a fuga de informação que veio à tona na semana passada.
Na segunda-feira, 10, um porta-voz do Pentágono disse aos repórteres que a colecção de documentos apresentava um "risco muito sério para a segurança nacional".
O The Washington Post revelou ter entrevistado um membro do grupo Discord e obtido detalhes que corroboravam por os fornecidos por outro membro do grupo.
A notícia dizia que, de acordo com o membro do grupo, o leaker não era hostil para com o Governo dos EUA, mas que falava da aplicação da lei e da comunidade dos serviços secretos americanos como procurando reprimir os cidadãos e ocultar-lhes informações.
A mesma fonte acrescentou que o leaker partilhou inicialmente relatórios de inteligência dactilografados, mas mais tarde mudou para a partilha de fotos de documentos.