Jorge António é Português. Trocou Lisboa por Luanda, onde inicialmente realiza “Miradouro da Lua”, primeira co-produção luso-angolana, em 1992.
Além de filmes, Jorge António distingue-se por ter ajudado a documentar a história do cinema angolano, através da série de livros “Angola, o nascimento de uma nação”.
Nesta página sobre artes, António partilha os conhecimentos sobre o cinema angolano e lança algumas notas sobre a sua nova obra.
No tempo colonial, conta o realizador, o “cinema não era verdade”, porque dava a ideia de um país “onde tudo estava bem…uma ideia exótica que Portugal vendia para o mundo”.
Mas após a independência, em 1975, o cinema angolano assume outro papel. “Estava a ser usado para transmitir a verdade sobre a nova nação,” procurando destacar o que o país colonizador não mostrou.
Em 40 anos, Angola produziu, entre outros, realizadores como António Ole, Ruy Duarte, Zézé Gamboa, Asdrúbal Rebelo, Maria João Ganga e Orlando Fortunato.
“Infelizmente, a cultura em todo o lado é sempre o parente pobre dos orçamentos do Estado,” o que dificulta o crescimento do cinema angolano, lamenta o realizador, que passa maior parte do seu tempo na produção da Companhia de Dança Contemporânea de Angola.
O novo filme de Jorge António é “A ilha dos cães”. Inspirado no livro "Os senhores do Areal", do escritor angolano Henriques Abranches, o filme “tem um fundo político, fala da corrupção, injustiça social”.
É o regresso de Jorge António como realizador, oficio que diz que jamais abandonará, apesar de considerar que sem incentivos ““fazer filmes aparece sempre como um hobbie”.
Acompanhe a entrevista:
Your browser doesn’t support HTML5