A Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pediu nesta quinta-feira, 28, 109 milhões de dólares para ajudar 23 milhões de pessoas na África Austral, que se deparam com a pior seca dos últimos 35 anos.
Em comunicado, aquela agência da ONU justificou o pedido com a compra urgente de sementes, fertilizantes, equipamentos e outros bens e serviços para os pequenos agricultores e pecuaristas da região.
O objectivo é que na próxima época agrícola, esses países consigam produzir alimentos suficientes para evitarem ficar dependentes da ajuda humanitária até meados de 2018.
"Os agricultores têm de conseguir plantar até Outubro e, se não o conseguirem, teremos mais uma colheita reduzida em Março de 2017, que afecta severamente a segurança alimentar e nutricional e as vidas na região", reiterou a FAO.
Estimativas apontam que 40 milhões de pessoas na região estão em risco de insegurança alimentar até ao início do próximo ano.
Botsuana, Lesoto, Malaui, Namíbia, Suazilândia e Zimbabwé já declararam emergências nacionais devido à seca, enquanto a África do Sul declarou o estado de emergência em oito das suas nove províncias e Moçambique declarou um alerta vermelho de 90 dias em algumas zonas do sul e do centro do país.
Na terça-feira, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) declarou a seca um desastre regional e apelou à ajuda da comunidade internacional.
A SADC disse que necessita de 2,7 mil milhões de dólares para relançar a economia.
O plano da FAO pretende intervir no Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwé.
A seca atual deve-se ao impacto do fenómeno El Niño e os seus efeitos deverão atingir o nível máximo entre Janeiro e Março de 2017, estima a FAO.