Clube de famílias Africanas que tem tudo e desejam partilhar

Mo Ibrahim

Crescente numero de empresários africanos ricos abre as suas bolsas
O continente africano tem numerosos exemplos de dinastias económicas – familiares de dirigentes políticos e empresários bem colocados que amealharam riquezas enormes, por meios duvidosos.

Neste trabalho analisamos agora as famílias Africanas que possuíam tudo, mas decidiram passá-lo a outros.

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Famílias africanas filantrópicas - 3:20


O bilionário sul-africano Patrice Motsepe foi notícia no início deste ano quando prometeu doar metade da sua fortuna a fundação com o seu nome que ajuda os pobres e os necessitados sul-africanos.

Ao faze-lo, Motsepe assegurou que o nome da sua família ficara associado para sempre com os seus actos, e não apenas com a sua riqueza. Desta forma integra um clube de famílias Africanas que tem tudo – e que desejam partilhar.

Motsepe é o negro sul-africano mais rico, tendo feito fortuna através de investimentos no sector mineiro e foi ajudado pelas políticas empresariais do após apartheid que encorajaram a criação de empresas pertencentes a negros.

Todavia é proveniente de origens humildes. Considera ter sido inspirado por ter trabalhado quando criança na mercearia dos pais e de ver a mãe doar géneros grátis a clientes pobres.

Foi este espírito que tem motivado um crescente numero de empresários africanos ricos a abrirem as suas bolsas.

Um outro bilionário africano é magnate das telecomunicações sudanês Mo Ibrahim, que instituiu uma fundação dedicada à melhoria da governação em África.

O activista sul-africano Jay Naidoo integra a fundação Mo Ibrahim, afirma que a decisão de Inbrahim alterou a forma de estar dos africanos ricos.

“Penso que Mo Ibrahim representa uma nova estirpe de empresários africanos por que, historicamente, a maior das pessoas ricas no nosso continente realmente pegam nas fortunas e instalam-se na Europa ou na América do Norte. É obrigação e responsabilidade como Africano de colocar alguma dessa riqueza de novo em África”.

Em 1936, o tenente-coronel James Donaldson iniciou um fundo para protestar contra a legislação Sul-africana negava aos negros o direito de votar. Hoje quase três milhões de dólares do fundo encontram-se dedicados a muitos projectos comunitários.

Elizabeth Donaldson, a bisneta, integra a administração do fundo, afirma ver a tendência entre homens e mulheres ricas que doam as suas riquezas.

O trisavô quando chegou à África do Sul era um órfão pobre antes de enriquecer no sector mineiro. A sua riqueza é praticamente inacessível aos seus descentes – já a maior parte foi perdida ao longo das gerações, e o resto encontra-se a cargo de uma fundação.

Diz ela pensar que muitos indivíduos, incluindo Patrice Motsepe chegaram à conclusão que o dinheiro não tem qualquer valor se estiver no banco. Só tem valor se possibilitar a alguém a ter oportunidade.”

A filantropia teve custos para a família Donaldson. A oposição da família ao regime de apartheid levou à vigilância policial, a restrições de viajar, e intimidação.

Hoje em dia Elizabeth Donaldson considera que a experiencia deu algo de valioso à família.

Como os filhos não podem herdar o dinheiro, se desejarem fazer dinheiro tem de o alcançar por si só.