Falta de água "desespera"residentes de Luanda e PR manda acelerar projectos

André Augusto, da Associação SOS Habitat, é de opinião que a falta de acesso a água potável é um dos factores que contribui para o aumento da pobreza

O abastecimento de água potável em Luanda é um “deus-nos-acuda”, dizem moradores de bairros da capital angolana ouvidos pela VOA.

O Governo responde que o fornecimento de água por via da rede de distribuição da Empresa de Produção de Água de Luanda (EPAL) abrange apenas 40 por cento e a outra parte é abastecida por camiões cisternas.

Analistas políticos consideram que a falta de acesso a água potável tem causado indirectamente a morte de milhares decidadãos.

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O cenário comum nos bairros periféricos de Luanda é a cor amarela dos bidons e as bacias dos moradores à procura de água.

O coordenador da organização não governamental Rede Terra alerta que a falta de água ”é uma arma silenciosa que está a matar milhões de pessoas, já que o consumo de água não potável desencadeia uma série de doenças e há muita gente a morrer por falta de acesso à água tratada".

Outra perspectiva, segundo Bernardo Castro, tem a ver com direitos humanos porque para ele “o não acesso a água potável é desde logo uma violação aos direitos humanos, ao invés de se ter uma visão eleitoralista do problema deviam encará-la como uma questão de direitos humanos".

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Água potável jorra novamente em Cambaxe interior do município de Malanje

Por seu lado, André Augusto, da Associação SOS Habitat, é de opinião que a falta de acesso a água potável é um dos factores que contribui para o aumento da pobreza.

"Em zonas onde não há água potável do Estado, as pessoas são obrigadas a compra-la, o que acaba por empobrecer ainda mais as famílias", acrescenta.

O Presidente da República instou recentemente os seus colaboradores a acelerarem os projectos tanto de abastecimento de água como de electrificação de Luanda, sobretudo para, segundo o também presidente do MPLA, apagar a má imagem que o partido no poder teve nas eleições em Luanda.

A derrota no círculo eleitoral da capital é atribuída à falta destes dois importantes elementos, água e luz.

Entretanto a EPAL, segundo o seu porta-voz, diz que Luanda tem um abastecimento da rede pública abaixo de 50 por cento da sua população.

Vladimir Bernardo acrescenta que uma boa franja da população é atendida por camiões cisternas, mas a “partir de 2025 a taxa de cobertura no abastecimento de água poderá aumentar", com a execução de projectos em curso.