A juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, Ruth Bader Ginsburg, morreu nesta sexta-feira, 17 setembro, de complicações de um cancro no pâncreas.
Ginsburg, uma destacada liberal e a segunda mulher a servir no Supremo Tribunal, morreu em casa em Washington, cercada por sua família, de acordo com um comunicado do tribunal.
Era a mais antiga juiza na corte suprema e tinha 87 anos.
“O nosso país perdeu uma juiza de estatura histórica”, disse o presidente do tribunal John Roberts no comunicado.
Considerada uma campeã dos direitos das mulheres, Ginsburg era juíza do Supremo Tribunal desde 1993.
A poucos dias da morte dela, a National Public Radio revelou o que Ginsburg disse à sua neta Clara Spera: “O meu mais fervoroso desejo é que não seja substituída até que um novo Presidente seja empossado”.
Após a juíza Sandra Day O'Connor, ter optado pela aposentadoria em 2006, Ruth Bader Ginsburg foi o a única mulher na corte até a indicação de Sonia Sotomayor em 2009 e Elena Kagan em 2010.
No Supremo Tribunal, Ginsburg tinha a reputação de ser uma dura questionadora com tendência liberal.
Marcada por decisões que enfrentavam a discriminação sexual, ela foi a responsável pela admissão de mulheres, em 1996, no Instituto Militar da Virgínia.
Durante a administração do Presidente Barack Obama, alguns liberais insistiram com que Ginsburg renunciasse ao cargo para permitir que o democrata pudesse nomear o seu sucessor, mas ela rejeitou o pedido.
Mesmo durante a sua lutar contra dois cancros, ela exerceu as suas funções, inclusive a partir do hospital, como aconteceu há poucos dias.
Escolha de um sucessor, nova batalha no Senado
A morte de Ginsburg dá ao Presidente Donald Trump a possibilidade de expandir a maioria conservadora no Supremo Tribunal, com uma terceira indicação durante o seu mandado, a seis semanas das eleições presidenciais.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, emitiu um comunicado a dizer que a câmara está pronta para apoiar a indicação de Trump para a vaga de Ginsburg.
Por seu lado, o líder da minoria democrata Chuck Schumer defendeu, em nota, que o lugar não deve ser ocupado antes das eleições de 3 de novembro.
Ao ser informado da morte da juíza, em Minnesota, onde encontra-se em campanha, o Presidente Donald Trump disse a jornalistas que lamentava morte de Ruth Ruth Bader Ginsburg e que "concordando ou não" ela foi uma "mulher maravilhosa que viveu uma vida maravilhosa".