Fala África: Zinga Suama será a primeira angolana a representar o país no Conselho Económico da União Africana

  • Danielle Stescki

Zinga Suama é a primeira angolana a representar o país na Assembleia Geral Permanente do ECOSOCC da União Africana

Recentemente a líder cívica Zinga Suama foi eleita como membro da 4ª Assembleia Geral Permanente do Conselho Económico, Social e Cultural da União Africana, marcando assim a presença e representatividade de Angola pela primeira vez em uma assembleia desse órgão na União Africana.

Em entrevista ao Fala África VOA, Suama comentou a vitória, explicou o foco do seu trabalho na assembleia e mencionou o trabalho voluntário que faz em Angola como coordenadora Regional de Voluntários da Comissão Internacional dos Direitos Humanos

No dia 7 de Dezembro, Suama foi eleita como membro da 4ª Assembleia Geral Permanente do ECOSOCC, Conselho Económico, Social e Cultural da União Africana, em Nairobi, Quénia.

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Angola será representada pela primeira vez na Assembleia Geral Permanente do ECOSOCC da União Africana

“Eu estarei a representar o meu país dentro desta assembleia, na qual eu sou a primeira angolana na história deste órgão consultivo da União Africana. Essa é a quarta assembleia... e nunca houve nenhuma presença angolana lá”.

O mandato da líder cívica na União Africana será de quatro anos, e ela sabe muito bem o que quer fazer durante este período: elevar o nome do seu país e continuar a fazer bem o seu trabalho. Suama irá trabalhar em prol das mulheres e em iniciativas que promovam a igualdade de género no continente africano.

Zinga Suama já trabalha como voluntária há oito anos e explicou da onde vem a sua motivação para ajudar o próximo.

“É o amor que eu tenho pelas pessoas, a paixão que eu tenho pela minha comunidade e, acima de tudo, a paixão que eu tenho em contribuir para o desenvolvimento do meu país”.

Antes de ser selecionada para trabalhar na União Africana, a líder cívica já trabalhava com a Comissão Internacional de Direitos Humanos em uma Missão Especial de Monitoramento em Angola.

“É a primeira vez que esta comissão está cá em Angola e eu sou a primeira coordenadora. Sob minha responsabilidade, estão todos os voluntários desta comissão... que tem feito muito trabalho aqui em Angola em prol dos direitos humanos”.

Zinga comentou os projetos que estão a ser desenvolvidos em Angola pela Comissão Internacional de Direitos Humanos.

“Temos vários projetos em carteira, alguns que desenvolvemos este ano e outros que iremos desenvolver no próximo. Esse ano nós falamos sobre o abuso de menores, falamos também sobre a exploração de menores, falamos sobre a violação dentro dos lares. Então é uma grande responsabilidade para mim coordenar esta grande comissão, que é uma comissão conhecida a nível mundial”.

Zinga Suama deixou uma mensagem aos jovens que estão interessados em fazer trabalho voluntário.

"Primeiro eu gostaria de dizer que às vezes é necessário perder para ganhar. Os trabalhos voluntários abrem portas, abrem-nos a mente. É necessário nós nos doarmos, até porque organizações internacionais gostam de jovens que já trabalharam como voluntários. Eles gostam de jovens que estão envolvidos em alguma atividade dentro das suas comunidades.

Zinga Suama começou a trabalhar como voluntária na Associação Kamba Solidário em 2014. Em 2019, criou e lançou o Projeto Insónia Vocacional, que teve como objetivo despertar o talento dos jovens e incentivá-los à criatividade.

Em 2021, foi nomeada pela Comissão Internacional dos Direitos Humanos para atuar como coordenadora regional de voluntários em Angola.

Ainda em 2021, participou do programa Jovens voluntários da União Africana, primeiro grupo de embaixadores do programa. Colaborou nas consultas públicas com a sociedade civil realizada em 2021 pelo Conselho Económico Social e Cultural da União Africana como relatora do grupo de trabalho da Juventude, onde desenvolveu-se um livreto de políticas que aborda os vários desafios socioeconómicos e políticos que afetam o continente com foco particular no tema da União Africana do ano 2021 “As Artes, Cultura e Patrimônio: Alavancas para Construir a África que queremos”.

Participou do programa YALI no Centro de Liderança Regional da África Austral em 2021. Em Abril de 2022, foi distinguida pela revista nigeriana, com sede no Reuno Unido, “African Peace Magazine”, pelo seu engajamento cívico, social pelos trabalhos que desenvolve nas comunidades em Angola. Esta distinção foi mencionada em Maio de 2022 pela revista da Embaixada Americana em Angola “Alumni News”, que menciona os feitos dos formandos do programa YALI em Angola. Em Novembro foi eleita coordenadora de sustentabilidade do Comité YALI em Angola pelo Centro de Liderança da África Austral.