Fala África: Tânia Tomé, mudando mentalidades e capacitando mulheres

  • Danielle Stescki

Tânia Tomé, presidente da Womenice e júri do American Business Awards participa do Fala África VOA.

No mês em que celebramos o legado histórico das mulheres, é crucial reconhecer as conquistas extraordinárias alcançadas por líderes inspiradoras que moldam o futuro dos negócios e da sociedade. Tânia Tomé, uma figura proeminente em âmbito nacional e internacional, personifica esse espírito de excelência e empoderamento. Com mais de 20 anos de carreira, ela acumulou diversas funções, incluindo palestrante, júri de competições, presidente da Womenice.Org, empreendedora, coach, além de ter publicado diversos livros. Tânia impactou vidas em mais de 22 países e em mais de 1000 eventos.

Em entrevista ao Fala África, a presidente da Womenice.org comentou os desafios e oportunidades enfrentados pelas mulheres empreendedoras na África lusófona, bem como as estratégias para fortalecer o reconhecimento empresarial e promover a capacitação feminina.

Tânia Tomé presidente da Womenice.org e júri do American Business Awards participa do Fala África VOA

Impacto social das empresas e a importância da diversidade

Questionada sobre o papel das empresas em impactar positivamente a sociedade, especialmente em questões como inclusão e diversidade, Tânia enfatiza a necessidade crescente de integração desses valores nas práticas empresariais.

“É preciso mudar mentalidades para que tenhamos em conta que todas as mulheres têm capacidade não só de adquirir conhecimento como contribuir para o desenvolvimento das nações,” disse Tânia Tomé.

Além disso, a empreendedora explica que a diversidade e inclusão reforçam a reputação e a credibilidade das empresas. Ao considerarmos o impacto social, Tânia enfatiza que as empresas não devem focar exclusivamente em resultados financeiros, mas também em contribuir para um mundo mais justo e equitativo.


Desafios das mulheres empreendedoras na África lusófona

Tânia aborda os desafios enfrentados por mulheres empreendedoras na África lusófona, começando pela questão fundamental do acesso à educação. Ela ressalta que, em uma realidade onde muitas mulheres lutam para atender às necessidades básicas, como água potável, a educação muitas vezes é negligenciada. Além disso, as mulheres enfrentam obstáculos como a falta de representatividade em cargos de decisão, violência doméstica e assédio sexual.

“A questão da violência doméstica, a questão do assédio sexual são questões que existem e coexistem no ambiente da mulher e que nós devemos continuar a lutar para que as nossas sociedades sejam menos sexistas, sejam menos machistas, e consigam compreender que uma mulher empreendedora é uma mulher líder que também tem que ter um espaço para crescer e para se desenvolver,” ressaltou Tânia Tomé.

Para superar esses desafios, ela destaca que é crucial promover uma mudança de mentalidade e criar oportunidades de capacitação e liderança para as mulheres.
Iniciativas para promover a capacitação feminina

Your browser doesn’t support HTML5

Fala África: "É preciso mudar mentalidades para reconhecer a capacidade das mulheres no desenvolvimento das nações," Tânia Tomé

Como presidente da Womenice.org, a empreendedora e palestrante internacional destaca a abordagem holística da organização para capacitar mulheres, focando no desenvolvimento de soft skills, acesso a capital, mentoria e advocacia.

“A sociedade precisa continuamente de ser influenciada com advocacia com comunicação para que homens e mulheres percebam que a inclusão do género é necessária. A mulher é um ativo para o desenvolvimento das nações,” afirmou Tânia Tomé.

Ela enfatiza a importância de adaptar essas iniciativas às diferentes realidades das zonas urbanas e rurais.

“Nós formamos líderes para que esses líderes depois formem outros líderes, que esses outros líderes formados também formem outros, que é para nós conseguirmos construir aqui uma multiplicidade até a cadeia de valor sustentável, que possa resistir para além de nós como fator de mudança. Então impacto significa que nós, por exemplo, vamos formar pessoas nas zonas urbanas e estas pessoas nas zonas urbanas vão se estender como network, como uma rede para as zonas rurais. Cada pessoa nas zonas rurais formadas também vai poder formar outras nas zonas rurais, então a nossa intenção é construir essa rede,” explicou Tânia Tomé.

Além disso, Tânia conclui a entrevista destacando a necessidade de engajar tanto homens quanto mulheres na promoção da igualdade de género e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.