No cenário musical angolano, as recentes músicas "Revolução Final" de Jaime MC e "Revolta Final" de Mensageiro Andrade, ambas patrocinadas pelo Observatório da Imprensa, destacam-se como poderosos chamados à conscientização e à ação. Estas composições fazem parte do miniálbum "Revolta Total", lançado no dia 5 de março em Luanda.
Jaime MC, reconhecido não apenas por sua habilidade artística, mas também por seu compromisso com questões de justiça social, destaca-se no panorama musical angolano. Sua formação como advogado enriquece suas letras, tornando-as politicamente incisivas. Mensageiro Andrade, por sua vez, traz sua própria perspectiva e experiência para suas composições, oferecendo uma voz única no cenário musical.
Em entrevista ao Fala África, Jaime MC ressaltou o papel vital do Observatório da Imprensa na viabilização do projeto musical.“O Observatório jogou um papel importante que é a produção a captação e a devida distribuição da música,” comentou o músico.
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Segundo Domingos Da Cruz, coordenador do Observatório da Imprensa, essa colaboração insere-se em um esforço mais amplo para promover transformações substanciais na sociedade civil angolana. Historicamente, essa sociedade tem sido reativa, respondendo a situações pontuais, mas sem dedicar-se a ações que promovam mudanças duradouras. O projeto do Observatório visa, portanto, não apenas reações imediatas, mas sim ações que transformem estruturalmente o país e evitem a repetição dos mesmos problemas.
“Nós entendemos que era necessário convidar esses “artivistas” para que pudéssemos trabalhar então essa narrativa que visa propor soluções de âmbito global. Como poderá notar nas letras eles não denunciam só o que está a ocorrer, eles convocam os cidadãos, convocam o povo, convocam a sociedade civil de modo que possamos encontrar uma solução definitiva para os problemas que o país vive,” explicou Domingos da Cruz.
Confira "Revolta Final," com Mensageiro Andrade
Jaime MC expressou surpresa com a recepção positiva do miniálbum "Revolta Total”. A presença significativa do público, que incluiu ativistas cívicos, membros da velha escola do rap e pesquisadores internacionais, demonstrou o impacto das mensagens de "Revolução Final" e "Revolta Final".
"Tivemos a presença de professores universitários do Brasil, de Moçambique, e diversos pesquisadores da música rap no debate. Acho que a primeira vez na história da minha carreira artística que a minha música se torna objeto de estudo de várias universidades do mundo, com exclusão de Angola, infelizmente, mas nunca é tarde. Vamos esperar que os professores universitários de Angola e os académicos no geral estudem e analisem a música de Jaime MC e apresente as devidas críticas."
Confira "Revolução Final" com Jaime MC
Ao esclarecer a escolha da denominação "miniálbum", ao invés de maxi single, Domingos enfatiza o desejo de ser original e diferenciar o projeto de outras narrativas artísticas, optando por uma abordagem que se destaque no contexto africano.
Na música "Revolução Final", destacam-se versos carregados de crítica social e apelo à ação. Jaime MC denuncia práticas autoritárias e prepotentes dos dirigentes políticos, ressaltando a urgência de uma mudança real em Angola. A resistência não violenta e a conscientização popular são fundamentais para alcançar essa transformação.
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Os versos "A transição não acontece, porque o poder em Angola é um negócio" e "O regime é totalitário e exige do povo uma nova forma de resistência" refletem a urgência e a necessidade de uma transformação estrutural no país. Além disso, Jaime MC faz referências a figuras históricas como Gandhi e Jesus, enfatizando a importância da não violência e da reconciliação nacional como elementos fundamentais para uma transição democrática.
Em última análise, "Revolta Total" não é apenas um projeto musical; é um chamado à ação. O compromisso de Jaime MC, Mensageiro Andrade e do Observatório da Imprensa com a transformação social promete inspirar não apenas a cena musical, mas também o ativismo e a conscientização social em Angola e além das fronteiras. A mensagem é clara: é hora de agir para construir um futuro justo e democrático para Angola.