O designer gráfico, apresentador e locutor de rádio guineense, Cláudio António Rumal, criou um site que se tornou um museu de arte e cultura da Guiné-Bissau.
Em entrevista ao Fala África VOA, Rumal contou que a ideia para o projeto surgiu de uma entrevista com o cantor guineense Kimi Djabaté.
Djabaté, que gravou com a cantora pop Madonna "Ciao Bella" - faixa final do disco bônus do lançamento do 2CD deluxe e da edição box set do álbum Madame X, lançado em 14 de junho de 2019 - contou a Rumal que durante uma conversa com Madonna, ela revelou que gostaria de ir à Guiné-Bissau e ver aquela energia que ele descrevia do seu país de origem.
Mais tarde, Madonna fez uma pesquisa sobre a Guiné e contou a Djabaté que só encontrou notícias ligadas à Guerra Civil de 1998.
Your browser doesn’t support HTML5
Após ouvir essa história Rumal decidiu aproveitar a oportunidade e fazer algo para que o seu país pudesse ser visto de uma forma diferente, onde as belezas e a cultura da Guiné também pudessem ser conhecidas.
“A cultura é a porta de entrada e saída de qualquer país. Para um país se desenvolver, precisa respeitar a cultura. Por isso eu iniciei logo a ideia de criar um museu. Eu já trabalhava na área de cultura e de rádio, e acompanho muitas coisas bonitas que a arte guineense tem, então comecei a construir o site do Museu Nacional da Guiné-Bissau.”
Rumal, que tem uma licenciatura em sistema de redes de computadores, disse que quem for ao site irá encontrar informação sobre arte, cultura e também informações específicas das nove regiões da Guiné-Bissau: Bafatá, Biombo, Bissau, Bolama, Cacheu, Gabu, Oio, Quinara, Tombali.
“Uma pessoa pode estar interessada na história de Bolama e indo ao site vai encontrar muita história ligada à Bolama e até locais onde pode ir comer e dormir.”
Bolama foi destacada por Rumal como uma região propensa ao turismo por ser uma zona insular, tipicamente cultural e com uma beleza natural incomparável. Ele também mencionou a Praia de Varela ao norte, mas explicou que com ou sem praia há bastante diversidade no país. “Temos perto de 40 etnias. Imagina só! Essa diversidade é que nos faz nos tornar mais fortes ainda. É coisa bonita”.
O museu, que foi lançado em 2021, pode ser acedido pelo site www.clossvany.com.
Cláudio Rumal diz que recebeu muitos comentários positivos dos visitantes e que agora gostaria de ouvir dos governantes do seu país.
“A iniciativa pode não ter um fundo para poder inovar e fazer muitas coisas, mas pelo menos a intenção já está aí.”
O designer gráfico disse que as informações do site são atualizadas com frequência e explicou que o conteúdo pode ser muito valioso para o público em geral.
“Na Guiné, ninguém ensina a história do país às crianças. Na escola, o programa de ensino não tem a história da Guiné-Bissau. Pelo menos com essa iniciativa os estudantes dentro e fora do país podem pesquisar informações sobre a Guiné-Bissau no site”.