No cenário vibrante e diversificado da cena artística moçambicana, destaca-se uma figura inspiradora: Chantell Hassan, cofundadora da Kayisaana - Galeria de Arte na Beira. Em uma entrevista para o Fala África VOA, exploramos os projetos visionários de Chantell, sua missão de acesso à arte local, e seu compromisso com a transformação das cidades africanas através da arte e arquitetura.
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Reimaginando cidades africanas: uma missão interdisciplinar
Chantell Hassan personifica a interdisciplinaridade em sua prática artística, combinando performance, instalação e videoarte. No entanto, seu foco vai além da expressão individual; ela busca ampliar o acesso à arte em comunidades marginalizadas, especialmente na Beira. Sua visão inclui a criação de espaços públicos culturais, atuando como centros informais de empoderamento artístico e cultural. Ao reimaginar cidades africanas, Chantell não apenas deixa sua marca artística, mas também contribui para a construção de identidades urbanas vibrantes e inclusivas.
“Então acredito que os projetos de reimaginar cidades africanas alinham-se muito com a minha identidade artística, que é interdisciplinar também. Eu sentia que não havia muita acesso à arte para zonas periféricas, principalmente aqui na Beira, e tive a ideia de criar uma obra pública, que é como se fosse um centro cultural informal, que vai receber atividades culturais e poder empreender mais artistas aqui na cidade da Beira.” A obra deve ficar pronta até outubro deste ano.
Impacto local e reconhecimento global
O recente reconhecimento de Chantell pelo Prêmio de Arte do Prince Claus Fund, juntamente com a conquista do terceiro lugar na competição de pequenas empresas da Orange Corners Moçambique, ressalta sua influência e alcance. Com esses recursos, ela pretende expandir as atividades da Kayisaana, adicionando mais salas e incorporando novos gêneros culturais, como música e literatura, para atender às necessidades diversificadas da comunidade.
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Conectando empresas e arte
Ainda em sua fase inicial, a Kayisaana enfrenta o desafio de envolver o público corporativo. Chantell planeia organizar eventos de networking para esclarecer o papel e as oportunidades que a galeria oferece para empresas locais. Essa iniciativa visa não apenas garantir o apoio financeiro necessário, mas também fomentar parcerias sustentáveis entre o setor privado e a comunidade artística.
Um calendário vibrante de eventos
Para o mês de março, a Kayisaana prepara uma série de atividades. Além das exposições tradicionais, a galeria introduzirá sessões terapêuticas, oferecendo um espaço seguro para os jovens discutirem questões como depressão e ansiedade.
“O nosso público é maioritariamente de jovens. Nós queríamos criar um espaço para os jovens sentirem-se à vontade para falar sobre tópicos que a eles têm dificuldade em partilhar como a depressão e a ansiedade.”
O mês culminará com a revelação de um novo artista, promovendo a diversidade e o talento emergente na cena artística local.
Uma homenagem à cultura e ao desenvolvimento
Ao receber o Prêmio de Arte do Prince Claus Fund, Chantell Hassan se junta a uma ilustre lista de homenageados comprometidos com o papel transformador da arte na sociedade. Este reconhecimento não apenas valida seu trabalho incansável, mas também inspira uma nova geração de artistas e ativistas culturais em Moçambique e além.
Chantell Hassan não é apenas uma artista talentosa, mas também uma visionária comprometida com a promoção da arte como uma força de mudança social e urbana. À medida que ela continua sua jornada, sua dedicação e paixão seguem inspirando e transformando comunidades na cidade da Beira.