Expropriação da terra em debate na África do Sul

Foto de arquivo

Há sectores que defendem a adopção do modelo moçambicano aplicado em 1975, ano de independência.

Partidos sul-africanos debatem a expropriação da terra detida pela minoria branca para redistribuição entre a maioria negra.

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Expropriação da terra em debate na África do Sul

Neste país, a maioria negra enfrenta falta de espaço físico para a construção de habitação, prática de agricultura familiar e até mesmo enterrar os seus familiares nas zonas de origem.

O partido dos Combatentes pela Liberdade Económica (EFF) criado e liderado por Julius Malema defende a aplicação do modelo adoptado em Moçambique, em 1975, ano da independência.

Para o EFF, a expropriação de parcelas da terra não vai resolver o problema da maioria da população sul-africana sem terra em tempo útil da sua vida, sobretudo porque existem fortes bolsas de resistência dentro e fora do partido no poder.

O ANC decidiu em dezembro ultima no seu 54º congresso a expropriação da terra sem compensação e disse que o processo deve decorrer cautelosamente para não desestabilizar a produção e segurança alimentar e a economia que alimenta mais de 200 milhões de habitantes sul-africanos e da região da África Austral, incluindo Moçambique.

Em Fevereiro deste ano, o ANC e o EFF aprovaram com alguns outros partidos, a criação de uma comissão parlamentar para avaliar a eventual emenda constitucional visando acomodar a expropriação da terra sem compensação.

Mas a constituição sul-africana já prevê a expropriação sem compensação para o bem publico.

Então, o ANC decidiu no fim-de-semana testar com efeito imediato a constituição, enquanto o trabalho da comissão parlamentar prossegue.

Alguns grupos de brancos e negros considerados conservadores opõem-se vigorosamente à expropriação da terra sem compensação e procuram apoios jurídicos dentro e fora da África do Sul para travar a reforma agraria.

Alguns analistas dizem que ninguém vai travar o processo aprovado pelo parlamento democrático.

O governo sul-africano que tem construído e distribuído gratuitamente casas de habitação a população marginalizada no tempo do apartheid esta sob pressão, porque muita gente ainda não tem habitação e vive em condições precárias.

A população exige terra para construção de habitação com os seus próprios meios.

O governo poderá abandonar o programa da construção e e distribuição de casas com o inicio da expropriação e distribuição da terra.