Explosão abala Hospital de Gaza enquanto Biden viaja para Israel e adia visita à Jordânia

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Palestinianos feridos no hospital al-Shifa na cidade de Gaza, centro da Faixa de Gaza, após chegarem do hospital al-Ahlionde se registou uma explosão , 17 de outubro de 2023.

Enorme explosão abalou um hospital de Gaza na noite de terça-feira, possivelmente matando várias centenas de pessoas; prsidente americano partiu para Isarel, mas cimeira regional foi cancelada

Uma enorme explosão abalou um hospital de Gaza na noite desta terça-feira, 17, possivelmente matando várias centenas de pessoas, enquanto o Presidente americano partia para Israel.

Mas uma cimeira regional com países árabes e Joe Biden foi cancelada

*Centenas de mortos quando um foguete atinge o Hospital Árabe Al-Ahli na cidade de Gaza. Israel atribui a explosão a radicais palestinianos, porta-voz da Jihad Islâmica Palestiniana nega que o grupo seja responsável.

*O Presidente dos EUA, Joe Biden, parte com destino a Israel.

*A Casa Branca informa que a reunião planeada com os líderes árabes na Jordânia foi adiada.

*O líder israelita avisa o Irão e o Hezbollah: "Não nos ponham à prova no Norte".

*Mais de 1.400 israelitas e 3.000 palestinianos foram mortos

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Uma enorme explosão abalou um hospital de Gaza na noite de terça-feira, possivelmente matando várias centenas de pessoas, quando o Presidente dos EUA, Joe Biden, partia para Israel para mostrar o seu apoio ao aliado de longa data dos EUA. Biden adiou uma reunião com os principais líderes árabes na Jordânia.

Os militantes do Hamas culparam Israel pelo ataque ao Hospital árabe Al-Ahli, na cidade de Gaza, afirmando num comunicado que houve "centenas de vítimas, a maioria das quais famílias deslocadas, doentes, crianças e mulheres". As autoridades palestinianas afirmaram que cerca de 500 pessoas tinham sido mortas.

As Forças de Defesa de Israel negaram responsabilidade, afirmando que um foguete errante disparado pelo grupo paramilitar palestiniano Jihad Islâmica atingiu o hospital. O grupo militante negou responsabilidade.

A Casa Branca divulgou uma declaração quase ao mesmo tempo que Biden partia.

Biden"indignado e entristecido" com a explosão no hospital

Biden parte para Israel, 17 outubro 2023

"Depois de consultar o rei Abdullah II da Jordânia e à luz dos dias de luto anunciados pelo presidente Abbas da Autoridade Palestiniana, o presidente Biden adiará a sua viagem à Jordânia (bem como) a reunião planeada com estes dois líderes e o presidente Sisi do Egipto", diz o comunicado.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na terça-feira (17 de outubro) que estava “indignado” com a explosão em um hospital de Gaza que matou cerca de 500 pessoas e disse que instruiu sua equipe de segurança nacional a coletar informações sobre exatamente o que havia acontecido.

“Estou indignado e profundamente entristecido pela explosão no hospital Al Ahli Arab, em Gaza, e pela terrível perda de vidas que resultou”, disse Biden, que está viajando para Israel, em um comunicado.

“Os Estados Unidos defendem inequivocamente a proteção da vida civil durante o conflito e lamentamos os pacientes, a equipe médica e outros inocentes mortos ou feridos nesta tragédia.”

"O Presidente enviou as suas mais profundas condolências pelas vidas inocentes perdidas na explosão do hospital em Gaza e desejou uma rápida recuperação aos feridos. Ele espera consultar pessoalmente esses líderes em breve e concordou em permanecer regular e diretamente engajado com cada um deles nos próximos dias", continuou.

O embaixador palestiniano na ONU, Riyad Mansour, disse na terça-feira: "Os nossos irmãos jordanos disseram que não podemos ter uma cimeira com estas condições. ... Só [uma] coisa faria sentido - se ele [Biden] fizesse um cessar-fogo e dissesse: 'Estou a chegar para forçar a sua implementação'".

O Hamas classificou a explosão como "um crime de genocídio que mais uma vez revela a face feia deste inimigo criminoso e do seu governo fascista e terrorista".

Ataque de 7 de outubro

O Hamas, que lançou o ataque terrorista de 7 de Outubro contra Israel que matou 1.400 pessoas, há muito que se recusa a reconhecer o Estado judeu.

Soldados israelitas vasculham o local do ataque por militantes palestinianos no Supernova Desert Music Festival, perto do kibutz Reim, no deserto de Negev, no sul de Israel, em 12 de outubro de 2023.

Em resposta, Israel colocou Gaza sob cerco total e sujeitou-a a um intenso bombardeamento. Prometeu aniquilar o Hamas.

Cerca de 3.000 palestinianos foram mortos e mais de 12.500 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas votará uma resolução elaborada pelo Brasil que pede pausas humanitárias no conflito entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Espera-se então que o conselho discuta – a pedido dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia – a explosão no hospital de Gaza que matou centenas de pessoas na terça-feira, disseram diplomatas.

O conselho de 15 membros inicialmente deveria votar o projeto brasileiro na segunda-feira, mas foi adiado 24 horas para permitir mais tempo para negociação. Os Estados Unidos então pressionaram por um novo adiamento quando Biden visita Israel esta quarta-feira. A Casa Branca disse na segunda-feira que, enquanto estiver em Israel, o presidente “ouvirá de Israel como conduzirá as suas operações de uma forma que minimize as vítimas civis e permita que a assistência humanitária flua para os civis em Gaza de uma forma que não beneficie o Hamas”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na manhã de terça-feira em Israel, após se reunir com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Blinken disse que os EUA e Israel concordaram em desenvolver um plano "que permitirá que a ajuda humanitária das nações doadoras e das organizações multilaterais chegue aos civis em Gaza - e somente a eles".

A crise humanitária

Israel ordenou nos últimos dias que os civis palestinianos que vivem na metade norte de Gaza se dirigissem para a parte sul do território ao longo do Mar Mediterrâneo. Cerca de 600 mil pessoas em carros e a pé atenderam à exigência israelita.

Palestinianos carregaram seus pertences pelas ruas cobertas de escombros da Cidade de Gaza em 13 de outubro em busca de refúgio após alerta do exército de Israel antes de uma esperada ofensiva terrestre em retaliação contra o Hamas pelo ataque mais mortal da história de Israel.

Mas as forças israelitas continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza, inclusive na manhã de terça-feira, juntamente com ataques a alvos do Hamas no norte.

A crise humanitária tornou-se cada vez mais grave em Gaza. Israel impediu que as necessidades básicas chegassem ao território. A eletricidade é limitada e o fornecimento de alimentos e água diminui, enquanto os hospitais dizem que têm dificuldade em tratar os feridos.

O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, disse na terça-feira que a Turquia manteve conversações com autoridades do Hamas sobre a libertação de quase 200 pessoas que os militantes tomaram como reféns. Fidan disse que muitos países pediram à Turquia que ajudasse a garantir a libertação dos seus cidadãos. Seus comentários foram feitos um dia depois de ele ter conversado com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

Fumo após ataque israelita cobre Dahaira, vila fronteiriça do Líbano com Israel, no sul do Líbano, 16 de outubro de 2023. O grupo militante Hezbollah tem como alvo uma posição israelita ao longo da fronteira

Frente norte

Há temores de que os combates possam se expandir para a fronteira de Israel com o Líbano, onde o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irão, disse que seus combatentes atacaram cinco postos israelitas ao longo da fronteira sul do Líbano.

A Força Aérea Israelita disse na terça-feira que atingiu “alvos terroristas e infraestrutura militar” do Hezbollah no Líbano em resposta ao fogo militante contra Israel.

As tropas israelitas também mataram quatro militantes que tentavam entrar em Israel vindos do Líbano, disseram os militares na terça-feira.