Activistas cívicos em Cabinda consideram a exploração das riquezas locais pelo Executivo de João Lourenço como uma forma de corrupção a que Luanda deve igualmente combater.
Três activistas da Associação de Desenvolvimento para Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH) e do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda para a Soberania acreditam que só pressionado o Presidente vai ceder ao diálogo para resolução definitiva do problema de Cabinda.
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Arão Bula Tempo, advogado e presidente do Movimento de Reunificação do Povo e Cabinda para a Soberania, diz que o actual plano de João Lourenço de combate à corrupção devia incluir igualmente o que considera ser um saque à exploração das riquezas da província, para calar o povo.
Tempo acrescenta que o dinheiro retirado de Cabinda "faz parte da corrupção porque tem servido para corromper países limítrofes, sobretudo para eliminar cidadãos críticos de Cabinda e evitar o levantamento do povo”.
“Eu considero isto também como corrupção política do governo angolano", sublinha Alexandre Cuanga, coordenador da ADCDH, para quem "o Governo angolano, ao tentar combater a corrupção, devia começar por ele próprio que é o grande corrupto”.
“Este combate liderado por João Lourenço não terá sucesso porque eles usam os recursos retirados de Cabinda para aliciar entidades internacionais para evitar que olhem para a questão de Cabinda”, afirma Cuanga, afirmando ainda que devido a isso o povo de Cabinda vive na “profunda miséria”.
Clemente Cuilo, outro activista, afirma que os governantes “têm Cabinda como seu galinheiro dos ovos de ouro”.
“Mesmo o novo Presidente João Lourenço só vai ceder com pressão”, reforça.
A VOA procurou uma reacção do porta-voz do Governo de Cabinda mas sem sucesso.