A onda de exonerações que acolhe aplausos dentro e fora do país já custou o cargo à filha primogénita do actual presidente do MPLA e antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos.
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Além de Isabel dos Santos, dois outros filhos do antigo Presidente viram os seus contratos com a televisão pública anulados pelo Ministério da Comunicação Social, por orientação de João Lourenço.
Mais recentemente, o Presidente afastou chefes da polícia e dos serviços secretos, ambos muito próximos de José Eduardo dos Santos.
Nos centros políticos de Luanda e no exterior fala-se no rompimento, por parte de Lourenço, de um “acordo de compromisso” entre ele o seu antecessor.
Luís Jimbo, coordenador do Observatório Eleitoral Angolano, estas exonerações não significam fim do “acordo de compromisso” negociado com José Eduardo dos Santos e que são normais em qualquer país democrático.
“Com a eleição de um novo Presidente é normal que haja exonerações e nomeações”, sustentou Jimbo.
A mesma opinião tem o presidente do Centro de Debate e Estudos Académicos, Agostinho Sikato, para quem entende que as actuais exonerações visam ajustar o grupo de trabalho do Presidente.
“Uma boa parte das pessoas que estão no aparelho governativo ainda são do tempo de José Eduardo dos Santos, então não pode ser o fim de qualquer acordo mantido entre os dois, até porque também não sabemos o termo dos acordos”, esclareceu.
Desde que tomou posse a 26 de Setembro, João Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas estatais, dos sectores de diamantes, minérios, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola.