Ex-trabalhadores angolanos na antiga Alemanha comunista denunciam existência de manobras por parte do Ministério do Trabalho de Angola, para pôr fim à onda de manifestações que têm ocorrido na Alemanha.
O colectivo de angolanos na Alemanha aponta o nome de três colegas seus que estão a ser vítimas de aliciamento, para boicotar a Associação dos ex-trabalhadores angolanos na antiga Alemanha do Leste.
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Os antigos trabalhadores angolanos alertam o Presidente da República que enquanto não receberem o seu dinheiro pelo tempo que trabalharam na Alemanha do Leste "as manifestações em território alemão contra o Ministério do Trabalho angolano não vão parar e a próxima reivindicação já tem data e local marcado, vai ser diante o parlamento da Alemanha" diz o coordenador da Associação, Miguel Cabango.
"Enquanto a situação não for resolvida vamos continuar a gritar a apelar ao Chefe do Executivo angolano, porque a falsidade do Ministério do Trabalho tem que acabar, uma manifestação que poderá levar dois a três dias ou mais e desta vez terá lugar defronte a Bundestag (Parlamento alemão)", acrescentou.
Cabango denuncia que três colegas seus na Alemanha nomeadamente: David André, Silvestre Domingos e Zeca Santos estão a ser usados provavelmente pelo Ministério do Trabalho com apoio da Embaixada angolana em Berlim, para acabar com a Associação.
"A documentação que os nossos colegas falsificaram da dissolução da nossa Associação o próprio Tribunal alemão rejeitou, temos aqui o documento. Desconfiamos que lhes foi prometido como sempre alguma gorjeta, isto faz com que estes colegas dia e noite procurem maneira de acabar com o nosso movimento. O Ministério do Trabalho ainda não pagou os nossos valores todos, só depois de pagar é que teríamos a necessidade do pessoal ser inserido na caixa social por isso desconfiamos que o ministério esteja por trás disso, a própria Embaixada angolana aqui também está ajudar neste sentido com orientações de Luanda".
Os queixosos deixaram um recado ao Ministério do Trabalho e Segurança Social.
"Que o Ministério do Trabalho não caia na ilusão de pensar que a Associação terminou, pelo contrário, o tribunal alemão parou o processo e agora o nosso advogado está a dar continuidade porque a Associação foi criada para os trabalhadores o colectivo está disponível e firme em manter a Associação".
Contactámos por telefone um dos responsáveis do Ministério do Trabalho aqui em Luanda que não aceitou gravar entrevista por se encontrar doente mas reconheceu que dos quase 300 ex-trabalhadores angolanos na Alemanha metade já recebeu o seu dinheiro e que os demais, só não receberam ainda por algumas falhas na documentação apresentada.
Para mais detalhes o referido responsável remeteu-nos ao gabinete jurídico do ministério.