O Governo angolano diz que 112 mil desmobilizados de guerra foram reintegrados, mas está em divida para com 230 mil outros antigos militares, que continuam à espera de pensões.
Para o efeito, membros desse grupo têm se deslocado aos centros de recrutamento militar para o recenseamento solicitado pelo Ministério da Defesa.
"Fomos agarrados na rua, íamos combater sem inscrições. Hoje, em paz, não somos valorizados, nunca recebemos nada," reclama um deles.
O ex-militar acrescenta que "não estudámos, não temos emprego e, por isso os nossos filhos não têm condições para estudar. Não recebemos 10 Kwanzas sequer, vamos esperar com esta inscrição", lamenta.
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Estes antigos guerrilheiros ficaram a saber agora que não mais haverá pensões.
Na hora do reconhecimento da falta de dinheiro, o vice-presidente Manuel Vicente deixou claro que caberá aos Governos provinciais a criação de condições para pequenos negócios a favor dos desmobilizados
Enquanto isso, 600 mil pessoas - militares e seus dependentes - continuam a experimentar inúmeras dificuldades.
O primeiro caminho, já descartado, apontava para um fundo que deveria ter sido criado mediante descontos salariais na função pública.
Por outro lado, a VOA sabe que os antigos efectivos do extinto MINSE criticam o que chamam de falta de sensibilidade do Governo.