Ex-governador angolano indiciado por peculato no desvio de mais de 200 milhões de kwanzas

João Marcelino Tchipingui, ex-governador da Huíla (centro)

O ex-governador da província da Huíla, João Marcelino Tchipingui, está a ser indiciado pelo crime de peculato no desvio de mais de 200 milhões de kwanzas.

O dinheiro desviado (que equivale a cerca 648 mil dólares, ao câmbio actual) e que envolve também a detenção de dois empresários, tinha como objectivo ser aplicado num projecto de criação de 22 laboratórios escolares que nunca saiu do papel.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), confirma a existência do processo em fase de instrução, mas o seu representante na Huíla, Hernâni Beira Grande, falando a rádio pública local, recusou-se a adiantar mais detalhes por razões de segredo de justiça.

No âmbito do mesmo processo, também designado de desvio de milhões, estão detidos o ex delegado das finanças do Huambo, Sousa Dala e o ex director do gabinete provincial da educação da Huíla, Américo Chicoty.

O ex-governador da Huíla, João Marcelino Tchipingui, acredita na sua inocência e fala de gente mal-intencionada em manchar o seu nome: "Quem está a falar disto tudo não é o povo são pessoas com algumas intenções. Estão a disparar para uma imagem virtual não é para mim".

Além do crime de peculato estão igualmente sob investigação os crimes de abuso de confiança, branqueamento de capitais, associação criminosa e corrupção passiva.

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) na Huíla, promete trabalhar no tratamento, celeridade e esclarecimento de todos os processos em investigação com primazia para os crimes violentos com recurso a armas de fogo, peculato, branqueamento de capitais entre outros.

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Esta recomendação saiu do último conselho consultivo alargado extraordinário daquele órgão na Huíla que avaliou a situação criminal no período entre Maio e Setembro.

"O Conselho adoptou mecanismos viáveis de reforço e coordenação com os órgãos que concorrem para a administração da justiça com vista a garantir maior eficiência e eficácia na actividade investigativa, preventiva e repressiva dos actos delituosos".

A investigação na Huíla já decorre desde o fim do mês de Agosto, quando os empresários envolvidos no projecto dos laboratórios foram detidos.


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