A consultora Eurasia elevou a previsão da evolução de Angola para positiva depois das mudanças realizadas pelo Presidente nas principais instituições e empresas do Estado.
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No relatório, os analistas escrevem que "Lourenço avançou rapidamente com grandes reformas desde que chegou ao poder", facto que, segundo eles, retirou espaço de manobra ao antigo Presidente José Eduardo dos Santos para responder ao despedimento dos filhos que ocupavam cargos em empresas do Estado.
O documento cita ainda a rapidez com que João Lourenço garantiu o apoio dos militares e o facto de, além da mudança de responsáveis, o Presidente começar a alterar certas normas, como a redução do número de vice-governadores.
"Danças de cadeiras"
Entretanto, outra consultora, a BMI Research, considera que as mudanças em Angola significam apenas uma dança de cadeiras, sem qualquer resultado nas mudanças que o país precisa.
"As perspectivas de crescimento continuam magras para além de 2018, já que vemos poucos sinais de que o novo Governo de Angola vá implementar o tipo de reformas necessárias para atrair investimento para a economia", dizem os analistas num relatório enviado aos investidores que, no entanto, destacam as “mudanças surpreendentes”.
A BMI Research, do Grupo Fitch, antevê um crescimento de 3,2 por cento da economia angolana em 2018 na sequência de uma pequena subida do preço do petróleo, mas alerta que deverá cair para 2,4 por cento em 2019.
Os analistas dizem acreditar que “ao instalar os seus ministros como líderes da companhia petrolífera nacional e do banco central, Lourenço está simplesmente a tentar estabelecer a sua rede de apoio e sair da sombra da família de dos Santos".
Essas alterações, para aquela consultoria, respondem à necessidade do Presidente reforçar a sua posição como novo líder do país.