EUA, UE e Reino Unido mais perto de expulsar a Rússia do sistema SWIFT

Imagem de Arquivo: Presidente russo Vladimir Putin e atrás de si o ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov

Em resposta às sanções, a Rússia tomou as suas próprias medidas, incluindo a proibição de voos britânicos sobre o seu território

Os Estados Unidos da América estão a revisitar a possibilidade de expulsão da Rússia do sistema global de pagamentos de banco a banco conhecido como SWIFT, como o próximo passo de uma série de sanções crescentes que punem Moscovo pela invasão não provocada da Ucrânia.

Veja Também Ucrânia/Rússia: NATO activa força de 40 mil soldados

O Presidente americano, Joe Biden, inicialmente evitou esse passo crucial que isolaria a Rússia no cenário mundial e teria um sério impacto na sua economia, devido às preocupações dos aliados europeus. Mas essas preocupações parecem estar a diminuir, quando, neste sábado 26, as forças russas avançaram com intenção de cercar a capital ucraniana de Kyiv.

A Ucrânia fez lobby por uma proibição do SWIFT à Rússia, instando a Europa a agir com mais força na imposição de sanções contra Moscovo. No entanto, algumas nações europeias, incluindo a Alemanha, hesitam em dar esse passo.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson pediu na sexta-feira que as nações cortem a Rússia do sistema de transferência bancária internacional SWIFT "para infligir o máximo de dor".

O ministro das Relações Exteriores do Luxemburgo, Jean Asselborn, disse que "o debate sobre o SWIFT não está fora de questão, ele continuará".

Veja Também França apreende navio suspeito de violar sanções contra a Rússia

Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira que congelariam os bens do Presidente russo, Vladimir Putin, e do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, seguindo medidas semelhantes tomadas pela União Europeia e pelo Reino Unido, ao mesmo tempo que outras nações procuravam endurecer as sanções contra o governo da Rússia pela sua invasão da Ucrânia.

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou a acção na sexta-feira depois de os ministros das Relações Exteriores da UE reunidos em Bruxelas terem concordado por unanimidade em congelar a propriedade e as contas bancárias das principais autoridades russas.

Veja Também Suécia junta-se aos polacos no boicote à Rússia nos play-offs do Mundial

O governo do Reino Unido tomou a mesma medida na sexta-feira, com a secretária de Relações Exteriores Liz Truss escrevendo no Twitter: "Não vamos parar de infligir dor económica ao Kremlin até que a soberania ucraniana seja restaurada".

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que a medida dos EUA, da União Europeia e do Reino Unido envia "uma mensagem clara sobre a força da oposição às acções" de Putin.

Veja Também Ucrânia/ Rússia: Angola apela ao cessar-fogo

Juan González, director sénior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental, disse à VOA que as sanções foram projectadas para exercer pressão global sobre a Rússia.

"Se você vir as sanções contra 13 instituições financeiras, entre as maiores da Rússia, isso terá um impacto em qualquer governo ou empresa que tenha acordos com essas instituições. Mas também, muito dessa lavagem de dinheiro e governos que operam fora do sistema financeiro internacional sentirá o aperto", disse Gonzalez.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que as sanções contra Putin e Lavrov reflectem a "absoluta impotência" do ocidente quando se trata de política externa, segundo a agência de notícias RIA.

Os líderes mundiais raramente são alvo de sanções directas. Os únicos outros líderes actualmente sob sanções da UE são oPresidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e o Presidente sírio, Bashar al-Assad, segundo a Agence France-Presse.

O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, disse que a medida é "um passo único na história" em direcção a um país que tem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas disse que mostra como os países da UE estão unidos para combater as acções da Rússia.

Veja Também Moçambique com vitória nas sanções ocidentais ao banco russo VTB

As sanções da UE contra Putin e Lavrov fazem parte de um pacote de sanções mais amplo que visa bancos russos, refinarias de petróleo e a indústria de defesa da Rússia.

Os líderes da UE concordaram, no entanto, que era prematuro impor uma proibição de viagem a Putin e Lavrov porque os canais de negociação precisam de ser mantidos abertos.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse na sexta-feira que o pacote de sanções bancárias aprovadas pela UE afectaria mais o governo de Putin do que excluir a Rússia do sistema de pagamentos SWIFT.

Em resposta às sanções, a Rússia tomou as suas próprias medidas, incluindo a proibição de voos britânicos sobre seu território, depois de o Reino Unido ter imposto uma proibição semelhante aos voos da Aeroflot.

Os Estados Unidos e vários aliados impuseram uma primeira parcela de sanções na terça-feira, depois de Putin ter declarado as regiões disputadas do leste da Ucrânia de Luhansk e Donetsk como estados independentes, assim como se apropriou da Península da Crimeia da Ucrânia em 2014.

Your browser doesn’t support HTML5

Crimeia: Como a Rússia conquistou a península

O Presidente Biden acrescentou outra ronda de sanções à Rússia na quinta-feira, horas depois da Rússia ter iniciado a sua invasão da Ucrânia, declarando na Casa Branca depois de se reunir virtualmente com líderes das nações do G-7 e da NATO que "Putin escolheu esta guerra, e agora ele e o seu país arcarão com as consequências."