O Governo americano diz condenar os ataques terroristas contra a cidade de na Palma, na província moçambicana de Cabo Delgado, um dia depois do Ministério da Defesa Nacional ter confirmado a ocorrência de ataques contra aquela cidade de Palma, perto da qual onde estão localizados importantes projectos de gás natural.
Num comunicado divulgado nesta sexta-feira, 26, o Departamento de Estado manifesta também a sua preocupação com os residentes da cidade.
“Os Estados Unidos condenam veementemente os ataques terroristas e a violência contra civis na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique”, diz a nota assinada pelo porta-voz Ned Price, para quem “os ataques mostram um total desprezo pela população local, que tem sofrido tremendamente por causa das tácticas brutais e indiscriminadas dos terroristas”.
O Departamento de Estado apela “ao fim imediato da violência e que os seus autores sejam responsabilizados em toda a profundidade da lei”.
Em Maputo, a embaixada americana também emitiu um comunicado no qual garante que “os Estados Unidos mantêm-se empenhados em trabalhar com o Governo de Moçambique para combater o extremismo violento e garantir a segurança e prosperidade para todos os seus cidadãos e residentes”.
A Administração americana diz a nota, confirma a sua “solidariedade para com a comunidade de Palma e as Forças Armadas de Moçambique que trabalham para o restabelecimento da paz e da segurança” e garante continuat a acompanhar a situação.
Os ataques
Como a VOA noticiou na quarta-feira, 24, grupos terroristas atacaram a cidade de Palma, no cruzamento de Pundanhar, Manguna, via Nhica do Rovuma e Aeródromo, levando muitos residentes a fugirem para as matas
Ontem, 25, numa declaração lida à imprensa em Maputo, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, coronel Omar Saranga, confirmou a ocorrência dos ataques armados de grupos terroristas.
No entanto, ele afirmou que “até ao momento” da comunicação, “não havia dados sobre qualquer vítima mortal”, apenas a fuga e dispersão da população à procura de abrigo nas matas.
"As Forças de Defesa e Segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez”, acrescentou porta-voz.
Desde Outubro de 2017, insurgentes conhecidos localmente por al-Shabab, mas também ligados ao Estado Islâmico, têm aterrorizado várias aldeias e vilas da província daquela província, onde encontram-se importantes projectos de exploração de gás e outros recursos naturais.
Entre dados oficiais e oficiosos, estima-se que até duas mil pessoas podem ter morrido e mais de 600 mil estão deslocadas.