EUA recomendam seus cidadãos a reconsiderarem viagens à China

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Anthony Blinken, secretário de Estado americano, Washington, 16 Junho 2023

Em causa, a aprovação de leis que dão às autoridades chinesas capacidade de prender qualquer pessoa desde que ameace interesses nacionais.

O Governo dos Estados Unidos recomendou aos seus cidadãos que reconsiderem viajar para a China devido à aplicação arbitrária da lei, proibições de saída e risco de detenções indevidas.

Nenhum caso específico foi citado, mas em Maio um cidadão americano foi condenado à prisão perpétua num caso de espionagem.

O comunicado do Departamento de Estado divulgado nesta segunda-feira, 3, mas com a data de sábado, segue-se à aprovação na semana passada da Lei de Relações Exteriores que permite às autoridades tomarem medidas contra aqueles vistos que forem prejudiciais aos interesses da China.

Pequim também aprovou recentemente uma lei de contra-espionagem que causou calafrios na comunidade empresarial estrangeira e que permitiu que escritórios fossem invadidos, além de uma lei para sancionar os críticos estrangeiros.

“O Governo da República Popular da China aplica arbitrariamente as leis locais, incluindo a emissão de proibições de saída de cidadãos dos EUA e de outros países, sem um processo justo e transparente sob a lei”, lê-se no comunicado, que ainda diz que "cidadãos dos EUA que viajam ou residem na RPC podem ser detidos sem acesso aos serviços consulares dos EUA ou informações sobre seu suposto crime".

Ainda de acordo com o Departamento de Estado, as proibições de saída podem ser usadas para obrigar indivíduos a participar de investigações do Governo chinês, pressionar familiares a rregressar do exterior, resolver disputas civis a favor de cidadãos chineses e "ganhar poder de barganha sobre governos estrangeiros".

Avisos semelhantes foram emitidos para as regiões chinesas semiautónomas de Hong Kong e Macau.

Pequim ainda não reagiu.