Os Estados Unidos exigem que os militares golpistas da Guiné-Bissau e do Mali cedam o poder a dirigentes civis. Para Washington, os golpes nestes países são uma excepção à regra da democratização do continente.
A exigência do retorno do poder a civis foi apresentada pelo secretário de Estado Adjunto para os Assuntos Africanos, embaixador Johnnie Carson, que se afirmou “profundamente preocupado” com a situação na Guiné-Bissau, não apenas por causa do golpe do mês passado, mas também porque os militares continuam a exercer a sua autoridades nos bastidores.
"Sob a liderança da CEDEAO, os estados da região devem trabalhar em concerto com a CPLP, e outros parceiros internacionais, para restaurarem a democracia no país", disse Carson, frisando que "nas democracias, os militares não têm qualquer papel a desempenhar no governo"
A Nigéria assumiu o compromisso de enviar o primeiro contingente de tropas para a Guiné-Bissau, para supervisionar a aplicação dos acordos políticos internos e, segundo um porta-voz militar guineense, a retirada do contingente militar angolano.
Johnnie Carson, afirma que os golpes em Bissau, mas mais ainda o do Mali, a que se referiu expressamente, contrariam um fenómeno de democratização do continente.
"Vinte e um anos de democracia foram varridos por um punhado de soldados amotinados que parecem mais preocupados com o seu bem-estar do que o bem-estar do povo e da nação que supostamente deviam servir. A sua acção pôs em perigo a integridade territorial do Mali, permitiu aos rebeldes tomar metade do país, atrasou o desenvolvimento económico e afectou a capacidade de resposta à seca no norte", declarou o embaixador Carson.
O diplomata manifesta o apoio dos Estados Unidos à mediação da CEDEAO no Mali, e afirma que a aventura militar dos golpistas não tem futuro face à firme reacção dos estados da África ocidental. Para os EUA a única solução, em Bissau e em Bamako, é o regresso a regimes civis