O Comando Central dos EUA (CENTCOM) diz que conduziu um ataque de autodefesa, na manhã de domingo (4), contra um míssil de cruzeiro anti-navio Houthi “preparado para ser lançado contra navios no Mar Vermelho”.
Numa declaração no X, anteriormente conhecido como Twitter, o CENTCOM revela que as forças americanas determinaram que o míssil de cruzeiro nas áreas do Iémen controladas pelos Houthi “representava uma ameaça iminente aos navios da Marinha dos EUA e aos navios mercantes na região”.
O CENTCOM diz que a sua ação garante a liberdade de navegação e torna as águas internacionais “mais seguras e protegidas para os navios da marinha dos EUA e navios mercantes”.
Os ataques marcaram a terceira vez que os EUA e a Grã-Bretanha conduziram uma grande operação conjunta contra lançadores de armas, radares e drones Houthi.
Num comunicado, no sábado, o Pentágono informou que os EUA e a Grã-Bretanha atingiram 36 alvos Houthi em 13 locais, no Iémen, usando caças F/A-18 dos EUA do porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower. Os aparelhos USS Gravely e USS Carney Navy também dispararam mísseis Tomahawk do Mar Vermelho, disseram autoridades dos EUA à Associated Press.
Veja Também Jordânia: Três soldados dos EUA mortos e 25 feridos em ataque de drone
“Estes ataques de precisão têm como objetivo perturbar e degradar as capacidades que os Houthis usam para ameaçar o comércio global e as vidas de marinheiros inocentes, e são uma resposta a uma série de acções Houthi ilegais, perigosas e desestabilizadoras... incluindo o ataque de 27 de Janeiro, que atingiu e incendiou o petroleiro M/V Marlin Luanda, com bandeira das Ilhas Marshall”, lê-se no comunicado.
O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre os ataques, antes de partir no sábado para um viagem de campanha na Costa Oeste, disse um funcionário do governo.
Solução diplomática
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viaja ao Oriente Médio no domingo, sua quinta viagem à região no esforço contínuo para encontrar uma solução diplomática para o conflito.
Os Houthis deixaram claro no sábado que não vão recuar.
“As operações militares contra Israel continuarão até que os crimes de genocídio em Gaza sejam interrompidos e o cerco aos seus residentes seja levantado, não importa os sacrifícios que isso nos custe”, escreve Mohammed al-Bukhaiti, um oficial Houthi, no X.
Os ataques dos EUA tiveram como alvo instalações de armazenamento de armas profundamente enterradas, sistemas e lançadores de mísseis, sistemas de defesa aérea, radares e helicópteros, disse o Departamento de Defesa.
Veja Também Pentágono sugere resposta mais forte contra agentes do Irão
Esta foi a segunda onda de ataques, que começou na sexta-feira, quando os EUA atingiram mais de 85 alvos ligados ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão e seus representantes no Iraque e na Síria, em retaliação ao ataque mortal de drones do último domingo a uma base militar americana na Jordânia.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que três instalações foram atingidas no Iraque e quatro na Síria.
O presidente Joe Biden disse que os ataques demonstram a “todos aqueles que possam tentar nos prejudicar” que “se você prejudicar um americano, nós responderemos”.
De acordo com o Comando Central dos EUA, os ataques retaliatórios mataram cerca de 40 pessoas e feriram mais de 20. A operação incluiu bombardeiros B-1 de longo alcance vindos dos EUA que usaram mais de 125 munições de precisão, de acordo com oficiais militares dos EUA.
Uma autoridade americana disse, no sábado, que uma avaliação inicial dos danos da batalha mostrou que os EUA atingiram cada um dos alvos planeados