EUA disponibilizam ajuda a Moçambique para combater ataques e extremismo violento

Militares americanos da Cutlass Express com autoridade moçambicana, após fim do exercício em Cabo Delgado

Os Estados Unidos da América estão disponíveis para apoiar Moçambique na procura de soluções para combater os ataques e extremismo violento que se registam há mais de um ano em várias aldeias da província de Cabo Delgado.

A disponibilidade foi anunciada, nesta quinta-feira, 7, pelo encarregado de negócios da embaixada americana em Maputo, Bryan Hunt, no encerramento do exercício Cutlass Express, que envolveu a marinha de guerra de 20 países da região oriental de África e dos Estados Unidos.

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EUA disponibilizam ajuda a Moçambique para combater ataques e extremismo violento

As novas ameaças que surgem na África Oriental, concretamente o extremismo violento que afecta a segurança e estabilidade da região, particularmente no norte de Moçambique, foi um dos temas abordados no exercício militar.

“O extremismo violento é um fenómeno muito antigo na área da África Oriental, todos nós sabemos da situação na Somália, há muitos anos, no Quénia, a situação noutros países nesta região, infelizmente temos esta ameaça no norte de Moçambique”, acrescentou Hunt em Maputo, garantindo que os Estados Unidos, “como todos os outros amigos de Moçambique, estão preocupados sobre a situação em Cabo Delegado”.

“Estamos dispostos a ajudar o Governo de Moçambique a derrotar esta situação se for útil para o Governo de Moçambique", assegurou o Encarregado de Negócios americano.

Bryan Hunt acredita que as acções do exercício deste ano, que teve lugar em três localizações e que terminou em Pemba, vai ajudar ao combate ao extremismo violento e garantir segurança a uma região por onde navega 90 por cento do comércio de África, através das rotas marítimas.

Ele lembrou que mais de 20 milhões de pessoas que vivem na orla costeira do Leste de Africa dependem do mar para obter alimentos e trabalho.

Por seu lado, o Comandante da Marinha de Guerra de Moçambique, Eugénio Mutuaca, advertiu que "o mundo é confrontado com ameaças na sua maioria imprevisíveis, o que coloca às organizações internacionais o desafio de estabelecerem novas formas de cooperação”.

Mutuaca ainda lembrou que, na conjuntura actual, “o mar ocupa um papel de destaque pelas actividades que nela se desenvolvem, como é o caso do transporte marítimo, e os Estados costeiros são confrontados com fragilidades na detenção, controlo e combate das ameaças em referência".

O exercício deste ano esteve voltado ao combate às vastas redes de tráficos de narcóticos, fauna bravia e pesca ilegal que custam bilhões de dólares anualmente às economias locais.