As estradas moçambicanas continuam a ser um corredor da morte.
Pelo menos 515 pessoas morreram e mais de mil contraíram ferimentos, entre graves e ligeiros, em consequência de acidentes de viação registados no primeiro semestre do ano em curso em Moçambique.
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No domingo, 2, um acidente com um autocarro de transporte público, que seguia de Maputo para Vila Novao, deixou 12 pessoas mortas e 42 ficaram feridas.
O autocarro despistou-se depois de um dos pneus ter arrebentado, levando-o a embater-se em árvores antes de se incendiar na estrada nacional 1, no distrito de Zavala, Inhambane,
Para inverter este cenário, o Governo diz estar a elaborar uma política nacional de segurança rodoviária.
"Nos últimos seis anos houve cerca de 39 mil vítimas de acidentes de viação dos quais 10 mil óbitos, 15 mil feridos ligeiros e 13 mil feridos graves. Este indicador mostra claramente que em média temos cerca de nove acidentes de viação, cinco óbitos e 13 feridos entre graves e ligeiros por dia”, revela odirector de Regulação Técnica e Segurança Rodoviária.
Amílcar Pacule lembra que no durante o primeiro semestre de 2017 foi registado um total de775 acidentes de viação que resultaram na morte de 515 pessoas e 587 feridos graves e969 ligeiros.
Os acidentes de viação em Moçambique causam um prejuízo anual calculado em 60 milhões de dólares.
Comunicação e educação
Para Alexandre Nhampossa, presidente do Conselho Directivo da Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO), só com melhor fluidez da informação é que se pode reduzir o impacto negativo da sinistralidade rodoviária.
"Uma sociedade ou subsistema social que vive limitações recorrentes nos seus processos de comunicação básica corre o risco de colapsar, entendemos que a linha verde que ora vai se lançar vai propiciar enormes vantagens nos desafios de fluidez e universalização da comunicação no contexto da segurança rodoviária e mitigação dos seus efeitos", disse Nhampossa.
O Governo, por seu lado, diz apostar na formação e sensibilização da população para acabar com a chamada "guerra civil das estradas".
"Apela-se aqui também à necessidade do comportamento humano, da forma como utilizamos as vias de acesso e do posicionamento de algumas actividades comerciais ao longo das estradas em zonas de reservas, em zonas de tampão, que não são dignas para a estabilidade do tráfego e segurança do tráfego, porque correm o risco de atropelamentos", comentou o ministro dos Transportes Carlos Mesquita, Carlos Mesquita.
Várias campanhas de educação têm sido realizadas nas principais cidades moçambicanas, para educar condutores e peões, como forma de prevenção da sinistralidade rodoviária.