Após algumas horas de paralisação, finalistas do curso de Medicina da Universidade Katyavala Bwila regressaram ao estágio curricular no Hospital Central de Benguela, mas com o espírito de reivindicação face ao não pagamento dos subsídios a que têm direito.
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Há quatro dias, um grupo de 66 estudantes do sexto ano manifestou-se à porta da Reitoria, exigindo o levantamento da suspensão de dois colegas, imposta na sequência de vários meses de protesto.
Os jovens avisam que a paralisação das suas actividades tem implicações no funcionamento do maior hospital de Benguela, onde já tratam da cura de doentes.
Gritou-se bem alto pelo levantamento da suspensão de seis meses aplicada a dois estudantes da Faculdade de Medicina da Katyavala Bwila, a universidade pública da região académica nº2, que compreende as províncias de Benguela e Kwanza Sul.
Solidários, os manifestantes reafirmam que se trata de um castigo muito pesado para quem dá o melhor de si no Hospital, ainda que sob supervisão, mas vê fugir os seus direitos desde o início do estágio há quase um ano.
"Nós demos prazo ao Magnífico Reitor para resolver o problema, mas ele disse que isto não depende dele. Pensamos que não gostou, por isso decidiu nos suspender, dizendo que era uma falta de respeito. Nós dissemos que, se há falta de respeito, é colectiva, mas só duas pessoas foram suspensas. Isso pode acarretar consequências para o Hospital, onde nós estamos todos os dias, fazemos diários clínicos e, quando estamos de piquete, nós prescrevemos e passamos receitas no banco de urgência», disse um estudante.
Perante este cenário, os estudantes acusam a Reitoria da UKB de falta de respeito e prometem ir até às últimas consequências.
"Há falta de interesse, uma vez que, depois de cinco anos e meio, é inaceitável esta suspensão. Ainda mais por um motivo que não está a ser bem esclarecido, demonstrando que não nos levam a sério e não respeitam o nosso trabalho", comentou outro estagiário.
Espera-se que a Universidade Katyavala Bwila reaja a qualquer momento.
É o que acredita, de resto, uma fonte do Hospital, que descarta responsabilidades da sua instituição, admitindo, no entanto, que os subsídios são um direito dos futuros médicos.
Os estudantes tencionam chegar à fala com o ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento, que esteve de visita à província de Benguela há duas semanas, quando apresentou o reconduzido Magnífico Reitor Albano Ferreira.