As autoridades norte-americanas abriram uma investigação ao pagamento, por parte das petrolíferas BP e Cobalt International, de 350 milhões de dólares para um centro de tecnologia da Sonangol, que nunca saiu do papel.
A notícia foi revelada pelo jornal inglês Financial Times (FT), garantindo que o pedido foi feito pela Securities and Exchange Comission (SEC), o regulador do mercado de capitais norte-americano.
O órgão americano revela ter lançado um “inquérito informal” para perceber se os pagamentos violaram leis de anti-corrupção.
O processo foi confirmado pela própria Cobalt ao FT, que disse acreditar que “as actividades em Angola estão de acordo com a lei, incluindo a Lei sobre Práticas Corruptas no Estrangeiro”.
Entretanto, a BP disse ao FT, não ter recebido qualquer notificação da autoridade americana.
A petrolífera britânica adiantou “entender, por parte da Sonangol, que o centro de investigação está ainda a ser planeado”.
Anunciado em 2011 como contrapartida para garantir os direitos de exploração de petróleo em Angola, o proejcto previa a entrega de 350 milhões de dólares ao longo de quatro anos, mas até hoje ainda não saiu da gaveta.
Não é a primeira vez que o Centro de Investigação e Tecnologia da Sonangol levanta suspeitas.
Em 2014, uma denúncia do grupo anti-corrupção Global Witness dava conta do pagamento de350 milhões de dólares pela multinacional BP, cujo destino seria “um misterioso centro de investigação em Angola”.
Também esta não é a primeira vez que os Estados Unidos investigam as actividades da Cobalt em Angola.