O Governo dos Estados Unidos ordenou o encerramento do Consulado Geral da China em Houston, no Estado do Texas, como forma de proteger a “propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos”.
"Os Estados Unidos não tolerarão as violações da República Popular da China da nossa soberania e intimidação do nosso povo, assim como não toleramos as práticas comerciais desleais, o roubo de empregos americanos e outros comportamentos", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, num comunicado emitido nas primeiras horas desta quarta-feira, 22.
Veja Também COVID-19: Trump diz que situação pode piorar antes de melhorar e espera vacina de qualquer paísOrtagus acrescentou que a Convenção de Viena prevê que os diplomatas devem "respeitar as leis e os regulamentos do Estado receptor" e "têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado".
Ontem, o Ministério da Justiça denunciou dois hackers chineses suspeitos de roubar informações sobre projetos de vacinas e que trabalhavam para o Ministério da Segurança de Estado da China.
Eles também foram acusados de violar a propriedade intelectual de empresas nos Estados Unidos e noutros países.
Veja Também Autoridades americanas denunciam roubo de dados de vacina por hackers chinesesEm resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, condenou a decisão de Washington alertou que seu país pode tomar medidas firmes de retaliação se os Estão Unidos não mudarem a decisão.
"O encerramento unilateral do Consulado Geral da China em Houston num curto período de tempo é uma escalada sem precedentes das suas ações recentes contra a China", sublinhou Wang na conferência de imprensa de hoje.
Horas após o comunicado, a estação de televisão de Houston KPRC mostrou imagens de fumaça dentro do consulado, com bombeiros estacionados do lado de fora.
A polícia informou que funcionários consulares estavam a queimar os documentos antes de deixarem o consulado.
As relações entre as duas maiores economias do mundo pioraram nos últimos meses devido a uma série de questões, incluindo comércio, tecnologia e a nova lei de segurança nacional imposta a Hong Kong, aparentemente destinada a esmagar ativistas pró-democracia.
O Presidente Donald Trump também tem acusado constantemente o Governo chinês que não ter informado a tempo do surgimento do novo coronavírus.