Os Estados Unidos estenderam até 2025 o acordo conhecido por AGOA, ou seja em inglês Lei de Oportunidade de Crescimento Africano, que permite aos países africanos exportarem para o mercado americano em condições vantajosas.
Apesar dessa abertura, que vem de há alguns anos, os produtos africanos, à excepção dos recursos naturais, continuam a enfrentar muitas dificuldades para entrarem no mercado americano, principalmente por não cumprirem vários requisitos de qualidade exigidos pelos Estados Unidos.
Nesta semana, e como acontece anualmente, representantes dos Estados Unidos e dos países africanos a sul do Sahara voltaram a reunir-se esta semana em Washington para acertar posições, mas agora com um novo cenário à frente, a criação da Zona de Livre Comércio Africana.
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A sete anos do fim do AGOA, apenas 16 países conseguiram criar um plano nacional que oriente os empresários a exportarem para os Estados Unidos dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo mercado americano.
Mecanismo de acompanhamento
Numa reunião que terminou na quinta-feira, 12, em Washington, os Estados Unidos voltaram a instar os países africanos a criarem esse plano porque do sucesso do AGOA “vai depender as relações comerciais entre os Estados Unidos e a África”, revela o embaixador de Cabo Verde, Carlos Veiga, presente no encontro.
“Os países estão a ser desafiados a aprovarem o seu plano nacional que é uma plataforma que vai ajudá-los a terem um quadro que permitirá os empresários adaptarem-se ao mercado americano”, explica o diplomata cabo-verdiano, adiantando que o seu país “está a trabalhar neste sentido porque embora tenha uma economia pequena, pode usar o mercado americano, nomeadamente para produtos orgânicos e étnicos”.
Para fazer avançar esta iniciativa e acertar os pontos entre os dois mercados, foi criada agora um mecanismo de acompanhamento trimestral.
“A cada três meses, as partes voltam a fazer o ponto da situação para ultrapassar os problemas eventualmente existentes”, diz Veiga.
Nova realidade
Com o ano 2025 no horizonte, tanto os Estados Unidos como os países africanos analisam as suas relações comerciais, agora, num novo cenário, a criação da zona de livre comércio africana.
O antigo primeiro-ministro de Cabo Vede, Carlos Veiga, considera que o diálogo já começou “mas há um longo caminho a percorrer”.
De um lado, explica o diplomata, a África quer negociar em bloco, enquanto os Estados Unidos, que apoiam o mercado comum, preferem negociar bilateralmente, “mas há abertura para encontrar soluções”.