Os Governos dos Estados Unidos e da China concordaram em manter conversações e criar dois novos grupos económicos focados numa vasta gama de assuntos de interesse mútuo, como as queixas americanas sobre o modelo económico da China, o crescimento nas economias dos dois países e mundial e os esforços contra a lavagem de capitais.
Um comunicado divulgado neste sábado, 6, pelo Departamento do Tesouro americano indica que os dois lados deverão manter “intercâmbios intensivos” sobre a promoção de um crescimento económico mais equilibrado e o combate à lavagem de capitais.
O acordo surge no segundo dia da visita oficial à China da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, durante a qual instou os líderes chineses a mudarem as suas políticas industriais.
Depois da declaração, Yellen disse que os esforços estabelecem uma estrutura para Pequim e Washington trocarem pontos de vista e abordarem o excesso da capacidade industrial chinesa e a sua capacidade de fornecer mais produtos do que a procura.
“Acho que os chineses percebem o quanto estamos preocupados com as implicações da sua estratégia industrial para os Estados Unidos, com o potencial de inundar os nossos mercados com exportações que dificultam a concorrência das empresas americanas”, disse a secretária do Tesouro aos jornalistas.
Embora o problema do excesso de capacidade industrial da China não se resolva instantaneamente, Yellen considera que as autoridades chinesas entendem que é uma “questão importante” para os americanos e acrescentou que as conversas que manteve com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, abriram caminho para negociações sobre os desequilíbrios macroeconómicos e a sua ligação ao excesso de capacidade.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua informou que as autoridades chinesas “responderam de forma abrangente” à preocupação do excesso de capacidade industrial levantada pelos americanos e que “ambos os lados concordaram em continuar a manter a comunicação”.
O anúncio foi feito um dia depois de Yellen ter instado Pequim a reformar as suas práticas comerciais e a criar “uma relação económica saudável” com os EUA e na sequência do alerta dado pela comunicação social estatal chinesa de que Washington pode considerar implementar políticas mais protecionistas para favorecer as empresas norte-americanas.