O Departamento de Estado americano anunciou nesta quinta-feira, 12, a sua decisão de se retirar da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Unesco.
Os Estados Unidos, no entanto, permanecem como membro até o final do ano e, depois, como observador.
"Não foi uma decisão fácil e reflecte as preocupações dos Estados Unidos com pagamentos em atraso na Unesco, a necessidade de reformas fundamentais na organização e a continuidade da tendência anti-Israel na Unesco", lê-se no comunicado.
Desde 2011, os Estados Unidos reduziram substancialmente as suas contribuições em dinheiro à Unesco em protesto contra a decisão de permitir a entrada da Autoridade Palestina na organização.
O financiamento americano equivalia a pouco mais de 20 por cento do orçamento da Unesco, a primeira agência da ONU em que os palestinos foram aceites como membros de pleno direito.
Unesco lamenta
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a decisão dos Estados Unidos de se retirar da entidade, após ter recebido a notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
Bokova acrescentou que a decisão marca uma perda para o multilateralismo e para a "família das Nações Unidas".
Saída de Israel
No ano passado, Israel anunciou a suspensão da sua cooperação com a Unesco, um dia depois de uma votação criticada pelos israelenses sobre um local sagrado de Jerusalém.
Do ponto de vista israelense, a decisão seria uma negação do vínculo milenar entre os judeus e a cidade.