"Está o Rio de Janeiro preparado para as Olimpíadas?

Rio de Janeiro abraça as Olimpíadas

Djokovic é "estrela" entre atletas alemães.

“Estará o Rio de Janeiro preparado para acolher os Jogos Olímpicos na sua plenitude?”, é a pergunta que corre entre cidadãos, dirigentes e jornalistas. A situação está bem melhor do que a imprensa relatou nas últimas semanas, mas ainda há muitos aspectos a ter em conta.

Além das águas poluídas de Lagoa e da ameaça permanente do virus do Zika, o transporte pode vir a constituir o grande problema da organização. A inauguração de novas linhas do metro que passam pelas zonas onde acontece a maior parte das provas devia acontecer nesta segunda-feira, 1, mas foi adiada para sexta-feira, 5, dia da abertura das Olimpíadas.

Hoje, para ir de um centro comercial à Vila Olímpica, que pouco mais de 15 minutos passei 45 minutos num trânsito caótico, quando nem começaram os jogos. Para complicar ainda mais a situação, o sistema de segurança impôs cortes em estradas e acessos que reduzem ainda as opções dos condutores.

No campo mais desportivo, começam a chegar as grandes estrelas que, no entanto, ficam lonje da imprensa, a não ser da que tem direitos exclusivos. No seu primeiro dia no Rio de Janeiro, o tenista Novak Djokovic foi alvo da “idolatria” de atletas de outras modalidades na Vila Olímpica.

Novak Djokovic e atletas alemães, Rio de Janeiro

Thomas Jaeschke, Aaron Russell e Kawika Shoji, integrantes do grupo que defenderá os Estados Unidos no vóleibol masculino, divulgaramuma foto com o sérvio. "Regalias de viver na Vila Olímpica: encontrar as superestrelas", escreveu Aaron Russell no Instagram.

Janne Mueller, do equipa feminina do hóquei na relva, também colocou na rede social o encontro das suas colegas com Djokovic. Na legenda da foto, ela aproveitou para fazer uma brincadeira envolvendo o líder do ranking da ATP e umas tendências digitais do momento: o aplicativo de realidade aumentada "Pokémon GO". "'Die Danas' (como o time feminino alemão de hóquei na relva é conhecida) caçaram um Pokémon especial na Vila Olímpica nesta noite", postou.

Renato Moura, chefe da Missão da Guiné-Bissau nas Oimpíadas do Rio-2016.

Na Vila Olímpica continua a movimentação dos atletas que, no entanto, continuam longe da imprensa. Poucos são aqueles que saem para a área onde podem conviver com jornalistas. Entretanto, neste segundo dia da minha estada por aqui foi possível falar com o chefe da missão da Guiné-Bissau Renato Moura que manifestou esperança em que os dois judocas tetra-campões africanos, Augusto Midana e Taciana Baldé.

Davilson Morais é pugilista e cabo-verdiano e pela primeira vez participar nas Olimpíadas. Com algum nervosimo, Morais revela a sua vontade de avançar na prova, mas sabe que o caminho é duro.

Delegação de Cabo Verde das Olimpíadas Rio-2016 (Davilson Morais, terceiro da esquerda

A quatro dias da abertura oficial, a pergunta que circula é se Rio está pronto para as Olimpíadas. As autoridades, desportivas e políticas, dizem que sim, os atletas também, mas os cariocas torcem o nariz. Entretanto, acreditam que a Cidada Maravilhosa é aquela que alberga a magia do “jeitinho brasiliero”.