A comunidade internacional deverá continuar a trabalhar com os que procuram construir e não com os que querem destruir, disse, na terça-feira, 20, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Obama dirigia as suas palavras aos líderes mundiais, em Nova Iorque, na sessão inaugural da Assembleia Geral das Nações Unidas, na qual participa pela última vez como Presidente.
Obama, que no final de 2016 termina o seu segundo e último mandato na presidência dos Estados Unidos, disse que o mundo regista melhorias na medicina, acesso à internet, reduziu a pobreza e a mortalidade infantil e materna.
Alguém que nasce hoje tem mais probabilidade de viver mais, disse.
No geral, Obama recordou que o colapso do colonialismo e comunismo permite mais liberdade, e mesmo nas áreas mais remotas cresce a consciência sobre os direitos.
Reconhecer e continuar as conquistas
Em referência às conquistas da sua governação, Obama celebrou o acordo nuclear com o Irão, a abertura das relações com Cuba e a assinatura do acordo global sobre as mudanças climáticas.
Estas conquistas, disse Obama, deverão ser reconhecidas e continuadas, num mundo que é ameaçado pelo fundamentalismo religioso, nacionalismo agressivo ou populismo.
“O trabalho que faz diferença real na vida dos nossos povos não teria sido possível se não tívessemos trabalhado colectivamente”, sublinhou.
Ele apelou aos líderes mundiais para continuarem a pautar pela integração global, fazer a economia global funcionar para todos e não apenas para os que estão no topo.
“Quero hoje sugerir que sigamos a frente e não a retroceder,”disse.
Reprovadas acções da Rússia e Coreia de Norte
Mas o mundo não é apenas de conquistas. Obama fez referência à crise de refugiados, insegurança e terrorismo. Criticou os governos que maltratam jornalistas e limitam a liberdade de imprensa.
Criticou igualmente o uso de redes sociais por redes terroristas para manipular os jovens, o que coloca em risco sociedades abertas e alimenta a raiva contra os imigrantes inocentes muçulmanos.
Numa alusão à Síria, Obama disse que não haverá vitória militar definitiva, daí que o caminho deverá ser a materialização de uma solução diplomática.
Ele reprovou a interferência da Rússia na Ucránia, assim como a Coreia do Norte por desafiar a comunidade internacional com as suas investidas nucleares.
Moon lamenta papel das Nações no Haiti e África
Obama fez o seu discurso depois de Idriss Deby, Presidente do Chade, e Michel Temer, do Brasil.
Temer, que discursou pela primeira vez no encontro, também falou sobre a importância do trabalho colectivo para transformar o mundo, “com os pés no chão”.
Elogiou o restabelecimento das relações entre os Estados Unidos e Cuba, mas pediu o fim do embargo comercial.
Para Temer, as Nações Unidas deverão ser orientadas para resultados, não confinadas em debates.
Na abertura da Assembleia Geral, Ban Ki-moon condenou o governo de Bashar al-Assad, da Síria, pelo ataque, na segunda-feira, 19, a uma coluna humanitária, que resultou em 20 mortes.
As Nações Unidas suspenderam as missões humanitárias após o ataque.
Ban, que abriu pela última vez a importante reunião, aproveitou a ocasião para lamentar duas manchas dos seus dez anos na liderança, nomeadamente a epidemia da cólera no Haiti e o abuso sexual a civis por parte das tropas das missões de paz em África.
Em Dezembro deste ano, termina o mandato de Ban Ki-moon na liderança desta organização.