Especialistas defedem reformas profundas em Moçambique

Ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane

The Economist recomenda reforma de empresas do Estado.

O Governo de Moçambique terá de tomar medidas para recuperar o apoio dos doadores internacionais, defenderam os especialistas da Economist Intelligence Unit, pertencente à revista britânica The Ecnomist.

Numa nota enviada aos investidores intitulada “A austeridade morde”, os especialistas defendem medidas também nas empresas públicas, nomeadamente através da reforma das que são deficitárias.

Entretanto, eles vão mais longe e questionam o interesse do próprio Governo de Maputo em tomar as medidas necessárias.

“Para um partido dominante que está relutante em permitir transparência orçamental e é ideologicamente oposto à privatização, uma mudança política rápida é improvável", escrevem os analistas da Economist, lembrando que a descida da cotação do metical e a escassez de dólares pode, "no pior cenário, obrigar o Governo a cobrir o custo dos bens básicos", o que será muito difícil de acontecer se o Governo for obrigado a cobrir os empréstimos das empresas públicas, que atiraram a dívida pública e garantida pelo Estado para valores insustentáveis.

Os analistas advertem que a suspensão da ajuda orçamental pelo G14 faz disparar “o défice orçamental para mais de 6 por cento do Produto Interno Bruto se o Governo mantiver o plano de despesa inicial".

Moçambique reconheceu em Abril em Washington ter uma dívida “escondida” decorrente de empréstimos secretos no valor de 11,6 mil milhões de dólares, actualizado na passada semana pelo ministros da Economia e Finanças.

O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o G14 e o Reino Unido suspenderam a sua ajuda a Moçambique, enquanto os Estados Unidos dizem estar a reavaliar a cooperação com Maputo.