Um alto funcionário do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) adverte para a possibilidade de Moçambique enfrentar, nos próximos tempos, grandes conflitos de terra para a prática da actividade agrícola, resultantes da fraca utilização de tecnologias tendentes ao aumento da produtividade agrária.
Teodardo Calles, oficial agrónomo na sede da FAO em Roma, disse que em Moçambique e noutros países africanos, uma maior produção implica a devastação e ocupação de extensas áreas de terra, o que concorre para a degradação de ecossistemas naturais.
Em algumas regiões do país, particularmente nas zonas suburbanas, já se registam conflitos de terra para a prática de agricultura.
Refira-se que os baixos rendimentos por hectare constituem um dos principais constrangimentos do sector agrícola em Moçambique, na medida em que a produção não satisfaz as necessidades dos próprios produtores.
Calles, que esteve em Moçambique por ocasião da realização do primeiro fórum nacional sobre as leguminosas, sublinhou que só a adopção da massificação de tecnologias agrárias viradas para a produtividade com vista à gestão de terras e outros ecossistemas pode resolver este problema.
Por seu turno, o coordenador sub-regional para África Central do FAO, Hélder Muteia, diz que os altos rendimentos agrícolas também se alcançam através da transformação dos pequenos produtores em agricultores comerciais.